1. Para quem não seguiu ou para quem quer rever, o Canal Parlamento (Portugal) disponibiliza o registo da Conferência Internacional/Audição Parlamentar sobre o novo Acordo Ortográfico, realizada no passado dia 7 de Abril, em Lisboa.
3. A RDP África transmite no próximo sábado, 26 de Abril, o programa Língua de Todos, desta feita dedicado ao insucesso escolar dos alunos de origem africana nas escolas portuguesas. No domingo, 27 de Abril, na Antena 2, é a vez do Páginas de Português, que retoma uma velha questão: existe uma língua brasileira?
4. O dia 25 de Abril é feriado em Portugal, e por isso não haverá a habitual actualização. Mas regressaremos já na segunda-feira, 28 de Abril. Entretanto, deixamos 21 novas respostas sobre tópicos que abrangem a pronúncia, a ortografia, o léxico, a semântica, a sintaxe e a morfologia.
1. Na rubrica O Nosso Idioma, Ana Martins reflecte sobre uma das revelações de um inquérito realizado na Universidade de Aveiro: 20% dos inquiridos, de nacionalidade portuguesa, afirmaram que abandonariam a sua própria língua. Que se passa com a auto-estima dos falantes portugueses?
2. A identidade individual ou colectiva só se afirma quando é investida de alguma forma de poder. Por outro lado, o respeito entre as diversas línguas e culturas do globo é necessário à troca de informação e ao desenvolvimento. É neste contexto que chegam notícias da realização em Lisboa de uma reunião dos Três Espaços Linguísticos (3EL), uma rede que inclui, além da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), outras organizações dos mundos hispanófono e francófono.
Em Portugal, foram homologadas as Orientações Programáticas de Português Língua não Materna para o ensino secundário. Da introdução deste documento, da autoria de Isabel Leiria, Ana Martins, Júlia Cordas, Margarida Mouta e Rosa Henriques, salientam-se as seguintes passagens:
«Portugal, país tradicionalmente de emigração, tem vindo a acolher, desde os anos 90, um número crescente de novos imigrantes. [...] A escola e os professores confrontam-se com a responsabilidade de acolher essa diversidade e de para ela preparar os cidadãos, reconhecendo o direito à identidade linguística e cultural.»
1. Procurando de alguma forma aludir ao debate sobre o Acordo Ortográfico, apresentamos à esquerda um poema-processo do poeta e investigador brasileiro Moacy Cirne. Mas divulgamos também mais dois textos sobre este tema: Fernando Cristóvão desmonta duas falsas questões no discurso hostil à mudança; Inês Pedrosa não acredita que o Acordo «acorde alguma coisa».
2. Nas respostas deste dia, também se aborda o Acordo, mas outros assuntos são tratados. Destaca-se uma pergunta não propriamente gramatical: qual o critério para usarmos a palavra tarde por oposição à palavra noite? Muito depende de circunstâncias extralinguísticas, de natureza geográfica e cultural.
«Magro como um pé de milho já pendoado, um homem, que estava à capa, disse: "está tudo pela hora da morte."»
Não é um romance de costumes nem uma novela camiliana. É apenas uma frase que mostra como as expressões idiomáticas são muitas vezes a popularização (às vezes, a banalização...) de um discurso metafórico que se cristalizou. Leia-se, portanto: «um homem muito magro, que estava à espreita, disse: "está tudo muito caro."»
Relevo ainda nesta actualização para os verbos-suporte, o sujeito nulo subentendido, os substantivos colectivos, os gentílicos e o emprego do prefixo auto-.
1. Defensores do novo Acordo Ortográfico argumentam que Portugal não é dono da língua e, se não acompanhar os outros países onde o português tem estatuto oficial, pode cair na velha atitude do «orgulhosamente sós». Mas para outros, como Rui Ramos e Nuno Pacheco, a unificação ortográfica é continuar a ter estéreis sonhos imperiais — desta vez, em forma linguística. Evocando Kafka, Desidério Murcho não acredita na unidade por via legislativa, porque a força de uma língua reside na produção cultural das comunidades que a falam.
2. Entre os temas abordados nesta actualização, temos a divisão silábica, a sintaxe e o léxico.
1. Continua o debate sobre o Acordo Ortográfico na comunicação social portuguesa, e nas Controvérsias mais dois textos se disponibilizam: Rui Tavares e José Cabrita Saraiva criticam o arraigamento de grafias como resistência à mudança.
2. Recordamos que Gilberto Gil recebe neste dia o título de doutor "honoris causa" pela Universidade Lusófona. É em Lisboa, no Auditório Agostinho da Silva da referida universidade.
1. As Controvérsias incluem neste dia declarações de Francisco Seixas da Costa, embaixador de Portugal em Brasília, acerca do novo Acordo Ortográfico. Transcrevemos a seguinte passagem: «A sensação que tenho é que hoje se começa a perceber que a CPLP [Comunidade de Países de Língua Portuguesa] pode ser importante para a sua [do Brasil] afirmação externa, até porque tem uma agenda muito ambiciosa. Como não há nenhuma dimensão da afirmação externa de Portugal que seja conflitual com a do Brasil, devemos apostar na ambição dessa agenda externa.»
2. No Pelourinho, Ana Martins apela para alguma condescendência com o particípio passado ganho.
3. A Universidade Lusófona vai atribuir o doutoramento "honoris causa" a Gilberto Gil, cantor, compositor e actual ministro da Cultura do Brasil. A cerimónia realizar-se-á no próximo dia 16 de Abril, pelas 19h30, no Auditório Agostinho da Silva da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, em Lisboa.
Em O Nosso Idioma, Maria Regina Rocha torna a lembrar:
— carácter e nunca "caracter", mas sempre caracteres e nunca "carácteres";
— rubrica, com acento tónico na sílaba -bri-;
— polvos, acordos com o fechado; coros e tijolos com o aberto.
1. O jornalista Adelino Gomes chamou-lhe «choque de titãs»: foi o frente-a-frente entre o professor universitário Carlos Reis (pró-Acordo) e o escritor, poeta e tradutor Vasco Graça Moura (antiacordo), no passado dia 7 de Abril, no parlamento português. Dada a excelência das intervenções, divulgamos os respectivos textos à parte, aqui: Acordo Ortográfico: para além de Portugal vs. Acordo Ortográfico: a perspectiva do desastre.
2. O programa Língua de Todos, a transmitir sábado, 12 de Abril, pelas 9h30, na RDP África, vai ser dedicado às figuras de estilo e ao modismo colaborador. No domingo, 13 de Abril, às 17h00, na Antena 2, o Páginas de Português falará do livro SOS Língua Portuguesa, da autoria de Sandra Duarte Tavares e Sara de Almeida Leite (também consultoras do Ciberdúvidas), e do Encontro sobre Português como Língua não Materna, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Linguística, neste momento a decorrer na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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