O ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, afirmou hoje que o Acordo Ortográfico deverá estar adoptado em pleno dentro de seis anos.
O ministro falava na comissão parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura, tendo assinalado que o que está em debate é «apenas a entrada em vigor, já que o acordo foi ratificado pelo Parlamento em Junho de 1991 e publicado no mesmo ano o respectivo decreto ratificativo».
O ministro minimizou os impactos que o novo acordo terá e prevê «um período no máximo de seis anos para assegurar uma transição integral».
Sem precisar os termos, o Pinto Ribeiro adiantou que será elaborado um estudo sobre o valor da Língua, tendo nesse sentido sido contactado o linguista Enrique Iglésias.
O ministro informou os deputados de que o seu ministério estuda parcerias com outros ministérios, nomeadamente o dos Negócios Estrangeiros, «relativamente à internacionalização da Língua Portuguesa».
O Governo tem previsto — anunciou — a criação de um fundo para a Língua Portuguesa de apoio aos países em vias de desenvolvimento.
Outra parceria anunciada foi com o Ministério da Educação, para a criação de «uma rede de escolas de Língua Portuguesa, até no âmbito da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) cuja presidência Portugal assumirá em breve».
Referiu, a este propósito, sem entrar em pormenores, que «se irá reequacionar o papel do Instituto Camões».
Pinto Ribeiro não considerou relevante uma proposta da deputada Teresa Caeiro, do CDS/PP, para se criar uma comissão de acompanhamento de implementação do acordo.
«Tenho estima e confiança nos professores, não é necessário uma entidade reguladora», justificou o governante.
*In Agência Lusa, 14 de Maio de 2008.