Escreve-se sem hífen: antiabuso.
Com o Acordo Ortográfico, comparando com a reforma de 1945 as regras o uso do hifen ficaram com uma melhor sistematização e coerência de critérios, nomeadamente com os prefixos de origem latina e grega.
É o caso do anti-, que só manteria o hífen se o segundo elemento começasse por h (anti-higiénico/higiênico) ou pela mesma vogal (anti-imperialista) – conforme o estabelecido na Base XVI ("Do hífen nas formações por prefixação, recomposição e sufixação"). Na nova reforma as restantes regras para o uso do hífen englobam ainda as relacionadas para os compostos, locuções e encadeamentos e com a ênclise, a tmese, ou mesóclise, e com o verbo haver.
Concretizando1:
Casos em que se deve usar hífen:
1. Quando o segundo termo iniciar por h.
• Anti-higiênico, extra-humano, super-homem, micro-história.
2. Quando o prefixo terminar com a mesma consoante que se inicia o segundo termo.
• Inter-relação, super-realista, hiper-racionaliza, hiper-romântico.
3. Usa-se hífen após o prefixo sub se o próximo termo iniciar com r.
• Sub-regional, sub-raça, sub-racial, sub-região, sub-rubrica.
4. Caso o prefixo termine em vogal e o segundo termo comece com essa mesma vogal.
• Anti-inflamatório, anti-inflacionário, micro-ondas, micro-organismo, auto-observação, contra-ataque.
5. Quando o segundo termo iniciar em m, n e vogal tendo como prefixos circum e pan.
• Pan-americano, circum-navegação.
6. Emprega-se hífen com os prefixos além, aquém, ex, pré, pró, pós, recém, sem, soto e vice.
• Pré-história, recém-nascido, pós-operatório, vice-governador, ex-mulher, soto-mestre, sem-teto.
7. Quando os sufixos tiverem origem tupi.
• Capim-açu.
8. Para formar a união de palavras que se combinam por ocasião.
• Ponte Rio-Niterói, Negociações China-EUA.
9. Algumas palavras continuam com sua acentuação própria, por isso a exigência do hífen.
• Médico-cirurgião, sexta-feira, rosa-claro.
10. Em palavras relacionadas a espécies botânicas e zoológicas.
• Beija-flor, couve-flor, erva-doce, pimenta-do-reino.
11. Em nomes próprios de lugar iniciados por grã e grão.
• Grã-Bretanha.
12. Em elementos ligados por artigo.
• Baía de Todos-os-Santos
Casos em que NÃO se deve utilizar hífen:
1. Quando o primeiro termo iniciar com des- e in- e o segundo termo perder o h do início da palavra.
• Inumano, desumano.
2. Quando o prefixo terminar em vogal e o segundo termo iniciar com r ou s, dobra-se as consoantes citadas.
• Autorregulamentação, cosseno, extrasseco, ultrarromântico, antissocial, contrarreforma.
3. Quando o prefixo terminar em vogal e o segundo termo iniciar com consoante diferente de r ou s.
• Autopreparação, microcomputador, autopeça, extraforte.
4. Quando o prefixo terminar em vogal diferente da vogal que o segundo termo se inicia:
• Autoescola, infraestrutura, extraescolar, autoajuda.
[Atenção! O prefixo co une-se, geralmente, ao segundo termo, mesmo se este começar com o. Exemplos: coordenador, cooperar.]
5. Quando o prefixo terminar com consoante e o segundo termo iniciar com vogal ou consoante diferente do primeiro termo.
• Hipermercado, superamigo, hiperativo, superinteressante.
6. Palavras que perderam a noção de composição não têm mais hífen.
• Mandachuva, paraquedas, pontapé.
7. As locuções substantivas, adjetivas, adverbiais, pronominais, conjuncionais ou prepositivas perderam o hífen.
• Fim de semana, café com leite, cartão de visita.
1 Transcrito, com a devida vénia, da página brasileira Cola da Web.
Cf. Guia para a Nova Ortografia da Língua Portuguesa + O uso do hífen (Porto Editora) + Guia Prático da Nova Ortografia (Dicionário Michaelis) + Hífen (Abril.com) + Reforma Ortográfica
N.E. – Sobre os critérios de hifenização depois do Acordo Ortográfico de 1990, acompanhe-se a explicação do gramático brasileiro Sérgio Nogueira em registo de vídeo: