Concordo consigo. Presentemente, com base nas normas em vigor, as regras de aplicação do hífen são excessivamente numerosas, tornam-se confusas e, o que é pior, ficam ainda mais confusas com as excepções que apresentam.
De facto, para só citar o problema de o primeiro elemento da palavra composta terminar em vogal e o segundo começar em r, s ou outra vogal, a que faz referência, lembro (fontes: dicionários Universal, Editora, José Pedro Machado):
i) r: Segundo a norma em vigor, deve escrever-se infra-renal, ultra-romântico, etc.; mas aparece registado: entrerreclamar, entrerregar, anterrosto, etc.
ii) s: Deve escrever-se neo-socialismo, extra-sístole, etc.; mas aparece registado:
aerossol, biossequência, geossísmico, termossifão, etc.
iii) vogais: Deve escrever-se: auto-indução, neo-escolástico, etc.; mas a regra não é válida para bio-, electro-, geo-, hidro-, etc.
Ora, no novo acordo, as regras são:
i) r: aglutina-se sempre (ex.: «contrarregra», presentemente contra-regra)
ii) s: aglutina-se sempre (ex.: «antissemita», presentemente anti-semita)
iii) vogais: aglutinam-se sempre, desde que sejam diferentes (ex.:«autoestrada», presentemente auto-estrada) e mesmo se iguais no caso de co (ex.: «coocupante», presentemente co-ocupante); separam-se em todos os outros casos em que as vogais sejam iguais (ex.: «micro-onda», presentemente microonda).
Tenho já escrito que "se os reputados linguistas que estudaram o novo acordo consideraram convenientes estas soluções, por serem mais simples e sistemáticas, não serei eu que as considerarei incorrectas quando as vir assim grafadas."