Na Convenção Ortográfica de 1945, que vigorou até à entrada do Acordo Ortográfico de 1990, afirma-se: «Emprega-se o hífen em palavras formadas com prefixos de origem grega ou latina, ou com outros elementos análogos de origem grega (primitivamente adjectivos), quando convém não os aglutinar aos elementos imediatos, por motivo de clareza ou de expressividade gráfica, por ser preciso evitar má leitura, ou por tal prefixo ser acentuado graficamente.»¹
Assim, usou-se o hífen nos vocábulos em cuja formação entra, entre outros, o prefixo auto-², antes de vogal, ou h, r, s.
Exemplos: auto-estrada, auto-retrato e, por conseguinte, auto-ajuda.
No entanto, em autocrítica, não havia hífen, pois não se inseria em nenhuma das regras preconizadas pela Convenção Ortográfica. O que acontecia igualmente com autodefinição.³
¹ Fonte: Saber Escrever, Saber Ler, Edite Estrela, Maria Almira Soares, Maria José Leitão, 2.ª edição, Publicações Dom Quixote, Lisboa, 2013
² Para Lindley Cintra e Celso Cunha, in Nova Gramática do Português Contemporâneo, pp. 113-114, edições Sá da Costa, auto- é um pseudoprefixo: «Estes radicais que assumem o sentido global dos vocábulos de que antes eram elementos componentes denominam-se pseudoprefixos ou prefixóides.»
³ Atualmente, segundo a Base XVI do Acordo Ortográfico de 1990, emprega-se hífen nas formações com o pseudoprefixo auto- apenas quando o segundo elemento da formação começa pela mesma vogal com que o prefixo termina ou quando começa por h. Não se emprega hífen, quando o segundo elemento começa por r ou s, duplicando-se essa consoante (autorretrato), e nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por vogal diferente (autoestrada, autoaprendizagem).