1. Comemora-se nesta data o Dia Mundial da Rádio, instituído pela UNESCO e aprovado em 2013 pela ONU. Coincidindo com o aniversário da Rádio das Nações Unidas, que arrancou em 1946, trata-se de uma iniciativa que este ano tem por objetivo incentivar a maior participação das audiências e comunidades nas políticas e no planeamento da radiodifusão. Sobre o tema da rádio e algumas palavras derivadas consultem-se, no arquivo do Ciberdúvidas, "Pela língua portuguesa na rádio e na televisão", "Pelo bom português na rádio e na televisão públicas", "Radiodespertador vs. rádio-despertador", "Radiocontrolada", "Radiomodelismo", Sobre a flexão de emissor e recetor", "A formação dos termos radiografia e electrocardiograma", "«Todas as músicas que sabe(m) bem ouvir»?", "Radialista", "Radiouvinte" e "Relator, relatador ou narrador?".
2. Dois outros tópicos da atualidade ao encontro das preocupações com a promoção do nosso idioma:
– As notícias de França dão conta de ter aumentado (pouco) o número de professores contratados para ensinar português nas escolas. Sobre as promessas feitas em 2016, por ocasião da visita do presidente francês François Hollande a Portugal, releia-se "A língua entre o interesse por ela (em França) e o seu desleixo... oficial (em Portugal)"; e acerca dos bons e maus momentos por que tem passado o português em terras gaulesas, consultem-se ainda "Boas notícias para o ensino do português em França" (2012), "Professores de português na França, Suíça, Espanha e Inglaterra – O regresso a casa" (2011), "Ensinar em Português" (2007). Ler também o que se publicou em 2010 no Observatório da Emigração e um artigo de uma grande figura da lusofonia, Solange Parvaux (1933-2007).
– A deslocação a Luanda do ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, preparatória da visita oficial do primeiro-ministro António Costa à capital angolana, é uma oportunidade para abordar aspetos da política linguística lusófona no contexto da CPLP. No concernente ao português angolano, nesta subárea temática da rubrica O Nosso Idioma, sugerimos a (re)leitura das crónicas de Edno Pimentel designadamente "O susto de Talapaxi", ou de artigos sobre a influência das linguas nacionais. E, a propósito da tragédia ocorrida num estádio de futebol em Uíje, em 11/2/2017, recorde-se o que aqui se disse sobre a grafia deste topónimo – Uíje, com j, e não "Uíge" –, bem como à volta da ortografia da toponímia angolana em geral ou de outros temas.
3. Quando se pensa em como apareceram, os topónimos deixam toda a gente intrigada. Pergunta-se, por exemplo, se Cancelinha, nome de uma rua em Matosinhos, fazia originalmente alusão a uma cancela pequena – talvez não... E sobre Estremoz (distrito de Évora), uma velha dúvida: tem o aberto ou fechado? O consultório dá resposta a estas duas questões e a uma terceira: donde vem o verbo lotar?
4. Ainda a respeito dos aperfeiçoamentos do Acordo Ortográfico (AO) propostos pela Academia de Ciências de Lisboa (ACL) e da sua rejeição pelo parlamento e pelo governo de Portugal, a rubrica Acordo Ortográfico disponibiliza o artigo que três membros da ACL – João Malaca Casteleiro, Telmo Verdelho e Rolf Kemmler –, publicaram no semanário Expresso em 11/2/2017, para manifestarem total discordância com a mencionada proposta, que, além «vã» e inoportuna», consideram sem «o rigor científico indispensável a um empreendimento académico desta natureza». E perguntam: «Então, andaram os nossos grandes mestres da Filologia e da Linguística, portugueses e brasileiros, a labutar pela defesa da unidade essencial da língua e agora atraiçoamos esse património?». Também nesta mesma edição do Expresso, mas contra o AO, escreveu o jornalista e escritor Miguel Sousa Tavares, com a seguinte tese: «Se a nossa pátria é a língua portuguesa*, o Acordo Ortográfico de 1990 foi uma traição à pátria»**.
* Alusão à célebre frase de Fernando Pessoa «Minha pátria é a língua portuguesa», em texto inserto no "Livro do Desassossego" (Bernardo Soares, ed. de Jacinto do Prado Coelho, Lisboa, Ática, 1982 vol. I, págs. 16-17). Nele, o poeta manifestava o seu «odio verdadeiro» às principais alterações introduzidas pela pela reforma ortográfica de 1911, a primeira da língua portuguesa: a substituição do y pelo i e a de todos os dígrafos de origem grega por grafemas simples (o th substituído por t, o ph por f, o ch, com valor de [k], substituído por c ou qu, e o rh substituído por r ou rr).
** ligação também incluída no apanhado de reações à iniciativa da Academia das Ciências de Lisboa constantes no documento "Sugestões para o aperfeiçoamento do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa", na rubrica em apreço.
5. Por razões de programação do primeiro canal da televisão pública portuguesa, com transmissões da Liga dos Campeões Europeus de futebol nos dias 14 e 21, a nova série do Cuidado com a Língua! faz uma interrupção de duas semanas, voltando a ser transmitido no dia 28 de fevereiro p. f., no mesmo horário, tanto na RTP 1 como na RTP Internacional. Mais informações aqui.