O parlamento e o Governo de Portugal afastaram a eventualidade de uma revisão do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (AO) no país fora do quadro multilateral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e, em concreto, no que está atribuído ao Instituto Internacional da Língua Portuguesa. Esta posição decorre da audição parlamentar realizada em 7/2/2017, na qual foi discutida e rejeitada a proposta de aperfeiçoamento do AO que a Academia das Ciências de Lisboa aprovara em 26/1/2017. Desta audição, na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto da Assembleia da República, deixamos os dois principais registos gravados em vídeo: o depoimento do presidente da Academia de Ciências de Lisboa, Artur Anselmo, no dia 7 de fevereiro de 2017 (aqui); e o depoimento dos linguistas Margarita Correia e José Pedro Ferreira, em representação do CELGA-ILTEC, no dia 22 de fevereiro de 2017 (aqui).*
* Posteriores audições, no âmbito do Grupo de Trabalho de Avaliação do Impacto da Aplicação do Acordo Ortográfico, ficam disponíveis em espaço próprio, aqui.
Entretanto, das várias notícias e artigos publicados sobre este assunto, selecionam-se:
- Apontamento no Telejornal da RTP 1 de 7/2/2017, aos 50' 49'' (na imagem)
- "Parlamento diz não a revisão do Acordo Ortográfico", "Expresso (diário)", 7/2/2017
- "Governo português afasta eventual revisão do acordo ortográfico", "Público", 7/2/2017 (notícia da agência Lusa)
- "A nova ortografia vai nua? Vistam-na, depressa!", Nuno Pacheco, "Público, 8/2/2017
- "A luta contra o Acordo Ortográfico complicou-se, mas continua", Alexandra Carita, "Expresso (diário)", 8/02/2017
- "Não ao Acordo Heterográfico", Henrique Monteiro, "Expresso (diário)", 9//02/2017
- "O melhor português possível", Joana Petiz, "Diário de Notícias", 9/02/2017
- "Pais e professores contra alterações no Acordo Ortográfico", TSF, 9/02/2017
- "Proposta da Academia de Ciências de Lisboa para o AO90: a montanha pariu um musaranho!", no blogue "Acordo Ortográfico: O que mudou?"
- "O Acordo Ortográfico de 1990, que entrou em vigor a 1 de janeiro de 2012 foi estabelecido sobre terra queimada", Francisco José Viegas, "Correio da Manhã", 9/2/2017
- "Ortografia na Academia das Ciências de Lisboa", Rolf Kemmler, AICL, Colóquios da Lusofonia, 1/2/2017
- "Manifesto de honestidade intelectual", Ana Salgado, Pórtico da Língua Portuguesa, 26/1/2017
- "Atentado na Academia das Ciências de Lisboa", Telmo Verdelho, Rolf Kemmler, João Malaca Casteleiro, "Expresso", 11/02/2017
- "Reflexões sobre a pátria", Miguel Sousa Tavares, "Expresso", 11/2/2017
- "Malaca Casteleiro: novas mudanças no Acordo Ortográfico 'não têm pés nem cabeça'", Rita Cipriano, "Observador", 13/2/2017
- "É preciso rectificar para ratificar", Wa-Zani, "Jornal de Angola", 14/2/2017
- "O acordismo militante ou o doce dom de iludir", Nuno Pacheco, "Público", 16/02/2017
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Ainda sobre a proposta de aperfeiçoamento do Acordo Ortográfico que a Academia das Ciências de Lisboa (ACL) viu rejeitada pelo parlamento e pelo governo de Portugal, o programa Páginas de Português do dia 26 de fevereiro de 2017 ouviu o seu principal responsável, Artur Anselmo, que explica as razões da iniciativa e as alterações em concreto. E, em contraponto, o gramático brasileiro Evanildo Bechara, membro da Academia Brasileira de Letras, e o académico português João Malaca Casteleiro – um e outro criticando esta iniciativa unilateral da ACL. (aqui).
Cf. Parlamento rejeita desvinculação de Portugal do Acordo Ortográfico