Lusofonias - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos que versam sobre política de língua.
Lusofonia eixx, eixx!
Tempo em que a palavra que se ouvia em Moçambique era «portugalidade»...

«A única coisa que sei é que a lusofonia chegou muito depois da Independência», conta nesta crónica o,jornalista, poeta, escritor e autor teatral moçambicano Luís Carlos Patraquim. «Uma vez perguntei ao meu amigo Viriato se conhecia o termo. Deve ser uma dessas modernices, respondeu-me. A única palavra que se ouvia era portugalidade,  onde devia estar o bacalhau da Terra Nova e as missões dos padres nos matos mais amanhados.»

Literaturas de língua portuguesa: <br> as trocas que não existem
Intercâmbio perde vitalidade

«Talvez mais lamentável e contraditório, tratando-se de uma organização criada sob a bandeira da língua e da cultura, seja a ausência de um efetivo intercâmbio cultural entre os países membros da CPLP» – opina o escritor angolano João Melo, criticando a perda de vitalidade no intercâmbio entre escritores e circulação de livros na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Artigo publicado no Diário de Notícias em 12 de outubro de 2021 (ver também, do mesmo autor, "Que lusofonia é essa?", em 1 de outubro de 2021).

A propósito da CPLP
Falta de visão e estratégia

«Como cidadão desta comunidade, seja lá o que isso for, defendo que a mesma deve ser uma comunidade "total", ou seja, ao mesmo tempo linguística, cultural, económica, diplomática, científica, tecnológica, em suma, multiforme» – afirma o escritor angolano João Melo, criticando o funcionamento da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Artigo transcrito a seguir, com a devida vénia, publicado no Diário de Notícias de 5 de outubro de 2021.

Que
Os repetidos atos falhados por Portugal e pelo Brasil

«O conceito de lusofonia, embora seja prático, é claramente um conceito ambíguo e limitado, que não exprime toda a complexa realidade constituída e vivenciada pelos povos de língua portuguesa» – argumenta João Melo neste artigo publicado no Diário de Notícias, no dia 28 de setembro de 2021, acerca do conceito de lusofonia e das falhas relativamente à literatura que se cometem à volta das comunidades de língua portuguesa.

Um olhar sobre a Declaração de Luanda <br>assinada na XIII Cimeira da CPLP
Compromissos estratégicos para enfrentar numerosos problemas e desafios

 «A Declaração de Luanda não esqueceu a importância altamente estratégica relacionada com a consolidação e desenvolvimento da  língua portuguesa em todo o mundo» – assinala o professor universitário Manuel Azancot de Meneses, neste comentário ao documento que saiu da  XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, realizada em 17 de julho de 2021.

Artigo publicado no jornal em linha Tornado no dia 19 de julho de 2021. Mantém-se a ortografia de 1945, adotada no original.

 

Oficializar a língua cabo-verdiana? (1)
Discussão e reflexão sobre a sua consagração

«Reconhecer e conferir estatuto oficial à língua cabo-verdiana é um desejo legítimo e compreensível, sobretudo num jovem país que há meio século não mais era que parte de um domínio colonial. A língua cabo-verdiana é a língua nacional de Cabo Verde, endógena, definidora da identidade do seu povo». Este é o ponto de partida da crónica da liguista portuguesa Margarita Correia publicada no Diário de Notícias de 12 de julho de 2021.

A língua de todos nós
Em África, Brasil e Portugal

As principais especificidades do português contemporâneo – de Portugal ao Brasil, à África e a Timor-Leste – são abordadas neste apontamento da professora Lúcia Vaz Pedro, constante de uma das suas aulas a alunos do ensino secundário em Portugal sobre o idioma comum dos oito países fundadores da CPLP e das suas variedades.

Por uma Comunidade de Cidadãos de Língua Portuguesa
A propósito da circulação de livros na CPLP

«A leitura em suporte impresso é, e continuará a ser, fundamental para a formação de cidadãos, i. e., indivíduos pertencentes a Estados livres, com direitos e obrigações civis e políticas. E, no entanto, a produção e livre circulação de livros na CPLP estão longe de ser realidade.» Considerações da linguista Margarita Correia, que, a pretexto da dificuldade em comprar edições do Brasil em Portugal, propõe a criação de Comunidade de Cidadãos de Língua Portuguesa, como forma de possibilitar aos países da CPLP a produção e o acesso a livros e bens culturais. Artigo publicado no Diário de Notícias em 15 de março de 2021.

Recordações do jovem Eanes para goeses lerem em português no jornal <i>O Heraldo</i>
O diálogo necessário para salvaguardar a herança cultural de Goa

«Natural e inteligente será, também, que ultrapassados os "ajustes históricos" e as suas 'contas', Goa e a sua juventude, em especial, entendam que a cultura do seu povo se enriquece, sempre, na relação histórica e civilizacional-cultural com outros povos, nomeadamente com o povo português, com o qual percorreu séculos de história.» É a citação que o jornalista Leonídio Paulo Ferreira na síntese de um artigo que Ramalho Eanes, antigo presidente da República em Portugal (entre 1976 e 1986) escreveu para edição em português do jornal goês O Heraldo e que também foi traduzido para a versão em inglês do mesmo diário.

Apontamento publicado no Diário de Notícias  de 25 de janeiro de 2021.

E se um jornal de Goa voltar a escrever em português? Aconteceu
Os goeses redescobrem a língua portuguesa

Fundado em 1900, O Heraldo é um jornal de Goa que, em 1983, mais de duas décadas depois da integração deste território na Índia, passou a publicar apenas em inglês. Contudo, a pedido dos seus leitores, voltou a incluir conteúdos em português, numa secção publicada ao domingo. «[Goa] tem uma cultura de tolerância que é notável e mantém um código civil que não faz distinção entre comunidades religiosas, um legado português que foi respeitado por Jawaharlal Nehru, o homem que foi o primeiro primeiro-ministro da Índia independente em 1947 e que não desistiu enquanto não incluiu as possessões portuguesas no novo país» – lembra o jornalista português Leonídio Paulo Ferreira em crónica publicada em 6 de setembro de 2020 no Diário de Notícias, para assinalar este e outros acontecimentos que têm marcado a redescoberta da língua portuguesa pelos goeses.