Neologismos são palavras criadas para designar novas situações, conceitos, factos, objectos, etc. A palavra "televisão", por exemplo, foi criada no século XX quando surgiu uma realidade que não existia até aí. Assim, associou-se o elemento grego tele, que significa "longe", "ao longe", à palavra "visão" (do Latim visione-), que já existia em Português. Um outro exemplo pode ser o do termo "salazarismo", que designa o pensamento ou acção do político português Oliveira Salazar, ou "salazaristas", partidários do mesmo. Um exemplo actual, no Português do Brasil, é o das palavras "dolarizar" e "dolarização", termos criados a partir da palavra "dólar" para designar novas realidades.
Como é lógico, um neologismo só é sentido como tal durante algum tempo. Tudo o que é novo só o é durante um período de tempo limitado: as pessoas são novas enquanto são jovens, os objectos são novos enquanto não têm um certo uso. Ora, com as palavras acontece o mesmo. Passados anos ou séculos, um determinado neologismo deixa de ser sentido como tal, porque a realidade que ele designa também já não é nova.
Estrangeirismos são palavras importadas de outras línguas. Dois motivos:
1 – por uma questão de moda ou por serem consideradas mais elegantes pelos seus utilizadores, substituindo outras que existem na nossa língua;
2 – por designarem situações, produtos, objectos, etc., concebidos e produzidos no estrangeiro e que são importados, não se tendo encontrado ou criado em Português um termo correspondente ao estrangeiro.
Ex.1: Elisabete – do inglês (Isabel), detalhe – do francês (pormenor), vitrina – do francês (montra, galicismo também), reprise – do francês (repetição), champanhe – do francês (vinho espumante); sheik – do árabe (xeque).
Ex.2: surf, skate, stress, todos do inglês.
Os estrangeirismos podem ser adaptados, fonética e graficamente, ao nosso idioma, ou manter as características formais da língua original.
Ex.1: ténis, futebol, cassete.
Ex.2 : drive, hardware, software.
Quando, no século XX, se deu o grande desenvolvimento a nível das novas tecnologias, muitos produtos, máquinas e objectos foram criados em países que se expressavam em Inglês.
Assim, os termos ingleses (variante europeia ou americana) passaram a designar os elementos dessa realidade. São neologismos em relação ao próprio Inglês e são estrangeirismos porque os importámos. Actualmente, com o maior contacto entre os povos, a existência dos grandes meios de comunicação, os produtos das grandes empresas multinacionais que são distribuídos por todo o mundo, é facilitada a circulação de termos de várias línguas e a sua adopção pelos falantes, especialmente se no seu idioma não existem (ou não se tem a preocupação de procurar) termos que designem adequadamente esses novos produtos ou aspectos da realidade. Áreas de grande tentação em utilizar estrangeirismos são as da informática, economia, química, física, desporto e, até, filosofia.