Ao fim desta primeira semana do regresso do Ciberdúvidas, não queremos deixar de registar o sucesso que foi possível obter junto de todos a quem este projecto se destina. E especialmente junto de quantos, por esse mundo fora, ainda não conheciam este verdadeiro serviço público em prol da língua portuguesa. A todos, cujas mensagens mais significativas incluímos no Correio, os nossos agradecimentos.
O regresso do Ciberdúvidas não se livrou, no entanto, de alguns problemas técnicos de resolução infelizmente só a prazo. É o caso do sistema de pesquisa, lento e ainda muito aquém do desejável, bem como toda uma série de melhorias programadas com o SAPO para o reordenamento mais coerente e acessível do precioso material da nossa base de dados. Queremos agradecer, também, todas as críticas e sugestões recebidas, sem as quais, de resto, este projecto perde qualquer sentido. Dos erros, gralhas e imprecisões desta primeira semana, à equipa que colocou em linha de novo o Ciberdúvidas só lhe resta fazer…“mea culpa”.
P.S. – Cumprindo a tradição do Ciberdúvidas, procuramos responder a todas as perguntas no prazo de 48 horas (e na medida dos nossos recursos humanos…), interrompendo a actualização diária do consultório sempre ao fim-de-semana.
1. Ciberdúvidas da Língua Portuguesa está de regresso, nove meses depois da sua interrupção resultante do falecimento de João Carreira Bom, graças a quem este projecto nasceu e se manteve durante os seus primeiros cinco anos de existência. É um regresso que se concretiza por via da conjugação de vários apoios e parcerias institucionais, assinalados doravante na nossa primeira página. Sem eles não teria sido possível evitarmos o fim deste projecto único em prol da língua portuguesa e que reaparece precisamente doze meses decorridos da morte de João Carreira Bom. Até simbolicamente, é o melhor tributo que prestamos à sua memória.
2. Neste regresso do Ciberdúvidas, sem descaracterizarmos – antes pelo contrário – a vertente de consultório de dúvidas que acentuou desde a primeira hora a singularidade deste projecto, pretendemos que ele seja um espaço ainda mais de reflexão sobre a língua portuguesa. Nesse sentido, providenciámos mais três rubricas em relação ao modelo anterior:
• O Português na 1.ª Pessoa, área de reflexão sobre a língua portuguesa neste mundo cada vez mais globalizado e suas perspectivas futuras, com a colaboração regular de especialistas que apresentarão propostas concretas sobre o aportuguesamentos dos anglicismos e demais estrangeirismos que abastardam o Português, especialmente na linguagem informática e dos média. Mas será também um espaço de opinião sobre a política e o ensino da língua portuguesa, nos seus oitos países.
• Montra de Livros, para onde canalizaremos notícias ou mesmo recensões sobre os livros que se escrevem em língua portuguesa nos quatro cantos da lusofonia.
• Notícias Lusófonas. Foram os portugueses que criaram a língua portuguesa, mas ela é hoje propriedade partilhada pelos 200 milhões de falantes que a utilizam quotidianamente. Este é um princípio fundador do Ciberdúvidas, onde, com esta nova área de intervenção, daremos relevo a tudo o que envolva a grande família lusófona, nas suas mais estimulantes diversidades culturais.
3. Finalmente, um pedido e um regozijo. O regresso do Ciberdúvidas faz-se em nome dos seus milhares de consulentes que tanto nos estimularam a este esforço pela sua recuperação. Mas ele será sempre inconsequente sem a participação activa de quem nos consulta, incluindo nas críticas e ideias para melhorarmos ainda mais o nosso trabalho. Entretanto, aqui estamos de novo e logo com um texto propositadamente escrito para a Antologia pelo nosso Nobel da Literatura, José Saramago. Que regresso mais auspicioso poderíamos aspirar?!...
P.S. - Nesta nova fase do Ciberdúvidas, o acesso às Perguntas fica condicionado a uma pesquisa prévia obrigatória, por forma a evitarmos solicitações repetidas e que se encontram à mercê de uma simples "clicagem". Basta aos estimados consulentes do Ciberdúvidas colocarem a palavra ou expressão desejada no novo campo que passámos a inserir na nossa 1.ª página.
Veja a resposta Como fazer perguntas ao novo Ciberdúvidas?
Na sequência do anúncio da decisão de extinção do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, fomos contactados por três entidades que se declararam interessadas em assegurar a sua continuidade. Contudo, não foi ainda possível assentar nos termos em que esse interesse se poderá concretizar. Assim, nesta data, suspende-se a actividade de respostas do Ciberdúvidas, ficando o mesmo em linha apenas para consulta. Logo que as “negociações” em curso terminem, dar-se-á publicamente notícia do facto e dos seus termos.
O Ciberdúvidas da Língua Portuguesa vai deixar de existir. Fundado em 15 de Janeiro de 1997, este site foi sempre suportado, profissional e economicamente, por João Carreira Bom, tendo recebido apenas a contribuição pontual de duas instituições públicas (Instituto da Comunicação Social e Instituto de Inovação Educacional). Contou também com a contribuição regular e, por vezes gratuita, de linguístas, além do entusiasmo do jornalista José Mário Costa, autor da ideia da criação do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.
O constante desinteresse das entidades públicas e privadas neste projecto, o desaparecimento súbito do fundador (30.01.2002) tornaram a sua continuação economicamente insustentável.
Os custos anuais do site são de cerca de 60 mil euros (cerca de 12 mil contos), verba que inclui a remuneração do coordenador e dos professores que esclarecem as dúvidas sobre questões da língua portuguesa colocadas por largas dezenas de milhares de pessoas de todos os estados lusófonos – sobretudo, de Portugal e Brasil – e, também, de outros países de todos os continentes.
Pelo seu interesse público, no plano linguístico e cultural, o Ciberdúvidas recebeu do Instituto da Comunicação Social, em 19.2.1999, um subsídio de 1 800 000$00, em 17.5.2000, um outro de 1 800 000$00 e, em 5.7.2001, um terceiro de 2 615 820$00. Em 26.5.2000, recebeu, também, um subsídio do Instituto de Inovação Educacional no valor de 600 000$00.
O site tem um anúncio pago da empresa farmacêutica Medinfar no valor mensal de 250 euros (cerca de 50 mil escudos), outro da agência de publicidade Wunderman, como compensação do apoio logístico que essa empresa presta ao Ciberdúvidas e um terceiro do Instituto da Comunicação Social.
O total das referidas receitas do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa - subsídios e anúncio da empresa Medinfar - fica muito aquém dos gastos. As despesas anuais, sem incluir, por exemplo, gastos de telefone e internet, atingem os cerca de 60 mil euros (cerca de 12 mil contos). Quer isto dizer que João Carreira Bom aplicava, anualmente, na manutenção do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, uma verba muito superior às receitas provenientes dos subsídios e do anúncio pago.
Nem a grande paixão de João Carreira Bom pela língua portuguesa nem os aturados esforços na procura de apoios de José Mário Costa – mesmo que Carreira Bom continuasse entre nós –, seriam suficientes para continuar a suportar os custos deste site, que implica recursos económicos que só outras entidades públicas ou privadas poderiam suportar.
O Ciberdúvidas da Língua Portuguesa recebeu, ao longo dos seus cinco anos de vida, 650 mil visitas, respondeu a largas dezenas de milhares de pessoas e acumulou nove mil respostas a dúvidas de português. Além de outras distinções e referências internacionais, foi distinguido com os prémios Congresso Internet’97 sobre cultura (Lisboa) e Website World of the Day (a melhor página internacional do dia) 21.10.1998, da Classweb (classweb.net). É recomendado pela Escolanet que liga, pela Internet, algumas das principais escolas do ensino secundário do Brasil.
Foi, pois, com grande constrangimento que eu, Maria José Mauperrin, viúva de João Carreira Bom, decidi render-me às evidências e proceder ao encerramento do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa no dia 30 de Abril de 2002.
Fernando Pessa, que acaba de comemorar o centésimo aniversário, nunca disse nem poderia alguma vez dizer “gelataria” ou “catástrofe ‘humanitária’”. Antes pelo contrário: variadíssimas vezes veio a terreiro insurgir-se contra os tratos de polé dados à língua portuguesa pelos seus mais jovens colegas. Por isso, ele ficará para a história da rádio e da televisão em Portugal muito para além dessa longevidade raríssima num ser humano. Mesmo que esse século de vida assinale um profissionalismo exemplar e uma actividade tão excepcional que ainda até há uns dois, três anos nos deliciava na RTP com aqueles saborosos “bilhetes postais” sobre a cidade de Lisboa, celebrizados pelo irresistível remate do “E esta, hein?”. Repórter singularíssimo – com as esporas de ouro ganhas na Secção Portuguesa da BBC, em Londres, durante a II Guerra Mundial – , não foi por acaso que os seus conterrâneos o homenagearam com aquela placa comemorativa, descerrada na segunda-feira passada à porta da casa onde nasceu há cem anos: “Fernando Pessa, cultor da arte televisa e do bem falar”.
A língua, esta nossa língua de oito pátrias, na síntese feliz de João Carreira Bom, quando, um dia, recriou a frase-emblema que passou a constar para sempre no frontispício de Ciberdúvidas, foi razão de várias abordagens na semana que ora termina. Desde a definição da própria palavra em si – e o prof. José Neves Henriques recorda-nos os seis conceitos registados correntemente –, até à de novo levantada questão do (não) Acordo Ortográfico, respondida desta feita pelo prof. D’ Silvas Filho. Sem esquecer o que nos chegou nos últimos dias, para o Correio, à volta da língua portuguesa e de um dos seus principais cultores da actualidade, o angolano Pepetela. Tem sido esta, afinal, a razão da existência de Ciberdúvidas.
Depois de uma semana de interrupção, coincidente com as férias da Páscoa, Ciberdúvidas da Língua Portuguesa regressou, a partir de ontem, ao convívio dos seus consulentes. De segunda a sexta-feira, aqui estamos para responder e debater tudo sobre ( e apenas...) o português que falamos e escrevemos.
Continuamos a receber muitas perguntas que estão fora do âmbito de Ciberdúvidas. Todas elas, cerca de 30%, ficam obviamente sem resposta, mas não deixam de prejudicar o funcionamento deste ‘site’.
Excelente, simplesmente excelente este vosso trabalho. Só tenho pena de que o Estado português não olhe mais para o Ciberdúvidas da Língua Portuguesa e lhe atribua meios para que a sua projecção seja ainda maior.
Paulo Margalhau
Portugal
Infelizmente é a realidade que temos... E muito obrigados pelas palavras de incentivo, prezado consulente.
O Ciberdúvidas, a exemplo de anos anteriores, vai interromper as actualizações diárias durante a semana da Páscoa. Assim, estaremos de regresso no próximo dia 2 de Abril.
Voltamos a pedir a quantos nos consultam diariamente com perguntas e dúvidas que se circunscrevam ao âmbito estrito da língua portuguesa. Um afluxo excessivo de acessos tem ultrapassado em muito, ultimamente, este fórum de esclarecimento, divulgação e debate do português falado e escrito no espaço da lusofonia. É o caso do crescente número de perguntas sobre literatura, algumas claramente de estudantes a contas com testes curriculares... Outra recomendação antiga: Ciberdúvidas da Língua Portuguesa não existe como substituto da consulta prévia e regular de um dicionário ou de um simples prontuário ortográfico, imprescindíveis a todo e qualquer lusofalante. Para o resto – que não é pouco... – empenhar-nos-emos em responder a tudo. Como desde sempre.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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