Aberturas - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Por José Manuel Matias/José Mário Costa

A escritora angolana Ana Paula Tavares presenteou o Ciberdúvidas com mais um texto, este inédito, que escreveu em homenagem a Mia Couto. Um belo texto, por sinal, permita-se-nos o comentário, que entra hoje em linha na Antologia:

«A morfologia das palavras transforma-se como os bichos de crisálida em borboleta, sendo que as variáveis se incrustam no avesso da vida constituindo o seu bordado, jogo de signos, sonhos entrelaçados. Substantivos, adjectivos, artigos, pronomes e verbos são sempre infinitivamente variáveis consoante os estados do tempo, a presença da fome e a frequência da escola.»

Outro novo texto que ficou esta semana em linha no Pelourinho é o Vemos, ouvimos e lemos…, da nossa consultora Maria João Matos:

«Uma pequena amostra da forma como a nossa língua é agredida diariamente e do mau serviço que persistentemente se presta aos seus utentes. E como a ignorância não paga imposto...»

E há 60 novas respostas a outras tantas 60 perguntas, das mais variadas – às vezes muito para além do âmbito da língua portuguesa… –, chegadas nos últimos oitos dias de Espanha, Brasil, Estados Unidos, França, Holanda, Inglaterra, Macau, Moçambique, Portugal e, pela primeira vez desde que há Ciberdúvidas, da República Checa.



60 novas respostas a 60 novas perguntas, de facto/fato. É que continua a chegar-nos um número excessivo de questões que se encontram já tratadas pelos nossos consultores e especialistas, em todas as áreas do Ciberdúvidas. Das Respostas Anteriores ao Correio; do Glossário às Controvérsias ou no Pelourinho; das Diversidades a O Português na 1.ª Pessoa; e, até, nas Notícias Lusófonas e na Montra de Livros. Ao todo, são quase 15 mil questões já em arquivo.

Por isso, voltamos a lembrar o seguinte a quem nos consulta:



1- Logo na primeira página do Ciberdúvidas, há um campo de pesquisa. Coloque-se aí a palavra ou expressão que suscitaram a dúvida;



2 - Se a questão não estiver respondida ou se a resposta não for satisfatória, no ícone Pergunte-nos, basta clicar e ter-se-á imediato acesso ao campo Perguntas;



3 - No fim desta Abertura (ver a seguir), e depois da explicação pormenorizada sobre o mecanismo da pesquisa (convém ler com atenção!), ter-se-á onde fazer a(s) pergunta(s) pretendida(s). Desde que ainda não respondida(s), naturalmente...





Obs. - É verdade que o sistema de busca não é o melhor do Ciberdúvidas; antes pelo contrário. Mas, como já anunciámos oportunamente, estamos a ultimar com o SAPO uma grande melhoria (e não só aí...) no mecanismo de acesso do Ciberdúvidas.

Por José Manuel Matias/José Mário Costa

Um consulente quis saber como se denominam os naturais de São Pedro do Sul. A resposta encontra-se em linha desde o dia 15 de Maio, ficando a constituir um novo marco na vida do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa: com ela, perfazíamos o número 12 mil. Exactamente 12 mil questões suscitadas por quem, ao longo destes seis anos, se habituou a partilhar connosco/conosco as suas dúvidas para saber mais sobre esta língua de oito pátrias – como lhe chamou um dia o saudoso João Carreira Bom, a quem este projecto tudo deve.

E como Ciberdúvidas não se esgota nas perguntas e respostas do seu consultório, mais temas e mais assuntos sobre a Língua Portuguesa entraram esta semana no Correio, nas Notícias Lusófonas, na Montra de Livros e em O Português na 1.ª Pessoa. Nesta última rubrica, permitimo-nos chamar a atenção para o novo texto da linguista Margarita Correia sobre as mudanças do 25 de Abril no léxico dos portugueses.

Finalmente, renovamos o pedido de desculpas aos nossos consulentes devido às anomalias técnicas que prejudicaram o pleno funcionamento do Ciberdúvidas.

Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

Uma anomalia no servidor do Ciberdúvidas, do portal SAPO, fez-nos estar fora de linha desde a madrugada desta terça-feira, dia 13. Debelado o problema técnico, voltamos a poder receber todas as mensagens dos nossos consulentes. E aqui estamos, de novo, respondendo diariamente a quem tem dúvidas e quer saber mais sobre a Língua Portuguesa. Pelos inconvenientes ocorridos, a que fomos completamente alheios, apresentamos as nossa desculpas.

Por José Manuel Matias/José Mário Costa

Há semanas assim: como que por via um impulso comum, chega-nos, de quando em vez, uma série de questões à volta de um mesmo tema, mas distintas entre si. Foi o caso, agora, das expressões idiomáticas e da origem de algumas das mais conhecidas frases feitas, como dar água pela barba, [essa é] de cabo de esquadra ou mortinho por chegar a casa. Provavelmente, tão simples quanto isto: quem quis saber mais sobre estas e outras curiosidades da língua portuguesa não terá ficado indiferente à chamada de atenção que fizemos na Montra de Livros e no Correio a três dicionários e um livro que tratam superiormente este assunto.

E, como há mesmo semanas especiais, temos a partir de hoje em linha um novo texto do escritor moçambicano Mia Couto, ele que foi o primeiro autor lusófono a colaborar para a Antologia do Ciberdúvidas – e onde, passados estes seis anos, apresentamos, já, a maior recolha jamais feita de textos literários sobre a Língua Portuguesa.

Por fim, mas não por último, seja-nos permitido associarmo-nos à homenagem prestada pela Sociedade da Língua Portuguesa ao dr. José Neves Henriques, a cuja competência e dedicação em prol do nosso idioma comum este projecto/projeto único na Internet tanto deve, desde a sua criação.

Por José Manuel Matias/José Mário Costa

Como é habitual, na sequência do feriado do dia 1 de Maio, o Ciberdúvidas encerra hoje, regressando às suas actualizações diárias na próxima segunda-feira.

Até lá, há muita matéria de interesse no Ciberdúvidas para a qual chamamos a atenção. É o caso da polissémica palavra cânone, uma resposta da nossa colaboradora Celeste Ramilo. Sobre o mesmo assunto, a consulente poderá, ainda, consultar uma obra, Cânones Literários e Educação, da professora da Universidade Nova de Lisboa Ana Maria Martinho, publicada pela Fundação Calouste Gulbenkian. A autora dedica um longo capítulo à questão do conceito de cânone, mas aplicado à literatura e à educação.

Ainda a propósito da polissemia das palavras, vivemos num tempo rico. As palavras surgem com sentidos múltiplos, a cada momento. É o caso da palavra deslocalização, já aqui várias vezes abordada, e agora de novo tão ouvida em Portugal por causa da "emigração" das multinacionais para outras paragens com mão-de-obra mais apetecível, como se lhe referiu o Presidente da República, Jorge Sampaio, no discurso que assinalou os 29 anos do 25 de Abril. Por sinal, dos mais impressivos destes seus dois mandatos, até no seu recorte literário.

Por José Mário Costa

Devido ao feriado do 25 de Abril em Portugal, nesta sexta-feira, Ciberdúvidas regressa na segunda-feira, dia 28, para mais uma semana à volta da Língua Portuguesa.

Por José Manuel Matias/José Mário Costa

Cumprindo uma tradição antiga, Ciberdúvidas encerra a sua actividade diária, regressando depois das férias da Páscoa. Ficam entretanto em linha novos e diversificados temas, contributos e reflexões sobre a Língua Portuguesa, incluindo uma sempre saudável controvérsia, desta feita entre dois dos nossos consulentes. Dos principais tópicos chamamos a atenção na primeira página deste sítio.

Por José Manuel Matias/José Mário Costa

Um grupo de deputados portugueses – sete, do Grupo Parlamentar do Partido Socialista – requereu ao Governo do primeiro-ministro Durão Barroso esclarecimentos por causa da última abencerragem introduzida na língua portuguesa, por via da mascote oficial do campeonato europeu de futebol, que se realizará em Portugal em 2004. E como quem inventou esse anómalo (e inestético, por sinal!...) Kinas trata mesmo a língua portuguesa com os pés, nada melhor do que promovê-lo num boletim pomposamente chamado "Newsletter".

O recurso ao desnecessário anglicismo não escapou também aos subscritores deste requerimento – a maioria deles, de resto, com obra e autoridade para isso –, cuja sustentação político-linguística reproduzimos na íntegra nas Notícias Lusófonas. E, já agora, vale a pena chamar a atenção, de novo, para um anterior texto do jornalista Manuel Tavares, em linha na rubrica O Português na 1.ª Pessoa.

Como também vale a pena não se perder essa viagem no tempo, até ao século XII, que fizemos a propósito de uma pergunta sobre o primeiro texto literário escrito em português, e que motivou uma esclarecedora resposta de um dos ilustres consultores do Ciberdúvidas, o Professor Ernesto Rodrigues.

Especialmente para os que, com os "Kinas" e os "/mídia/", vão esquecendo as origens – e a base, afinal – da Língua Portuguesa, recomendamos outra resposta desde hoje no Ciberdúvidas, Sobre a dialectização do latim, da autoria do Professor Fernando Venâncio Peixoto da Fonseca.

Por José Manuel Matias/José Mário Costa

No Congresso Lusofonia, Identidades e Culturas Nacionais, acabado de realizar-se em Lisboa, no Instituto Superior de Ciências da Educação, a Língua Portuguesa mobilizou um alargado painel de especialistas, que se debruçaram sobre duas questões-chave: 1) A situação do Português em África e em Timor; 2) O tempo e o modo da sua assunção como língua de comunicação internacional.



Em relação à primeira questão prevaleceu a unanimidade quanto à urgência de estratégias minimamente concertadas com vista a: a) fazer de cada africano e de cada timorense um falante de Português; b) criar programas de formação de professores de Língua Portuguesa, marcados pela tónica da exigência e da profundidade do seu desenvolvimento, no pressuposto de que a língua é um sistema e tem uma gramática que é preciso conhecer e respeitar; c) olhar para a educação das crianças, dos adolescentes e dos jovens, ministrada em língua portuguesa e no respeito pelas respectivas línguas maternas, como a aposta para o desenvolvimento, seja ele económico, técnico, científico ou cultural.



Quanto ao segundo ponto, o da assunção do Português como língua de comunicação internacional, frisou-se a absoluta necessidade de um posicionamento conjunto da CPLP no teatro mundial face a este património comum – o da Língua Portuguesa –, no sentido do estabelecimento de políticas convergentes que assegurem ao Português o estatuto de verdadeira língua de comunicação internacional.



E que melhor veículo para essa afirmação do que um canal de televisão lusófono de tendência global, à imagem do que fizeram os árabes com a Al Jazira, como contraponto à hegemonia asfixiante das estações internacionais de informação em língua inglesa (e com os resultados que estão à vista no presente conflito bélico no Iraque, como apontava o sociólogo francês Dominique Wolton, numa recente entrevista ao jornal português "Público")?



Sonhar é fácil – e tão tentador… –, neste mundo da lusofonia, onde até acontecem coisas como esse absurdo do fim da língua portuguesa no Euronews. Porque, em Portugal, houve quem o tivesse preferido, de novo, só em inglês!...

Por José Manuel Matias/José Mário Costa

Os estilhaços da guerra no Iraque chegaram também à língua portuguesa. Ou, como diriam os jornalistas menos escrupulosos com os erros e os disparates que propagam, são os tais «danos colaterais» resultantes de «fogo amigo», tão inesperado quanto letal. Destas e doutras barbaridades linguísticas damos conta no Pelourinho e no Correio.

Resta-nos fechar a semana com esta meditação do escritor português Vergílio Ferreira: «Uma língua é o lugar donde se vê o Mundo e em que se traçam os limites do nosso pensar e sentir. Da minha língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor, como da de outras se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto. Por isso a voz do mar foi a da nossa inquietação.» (1)





(1) In “Conta-Corrente”, vol. 3