Os estilhaços da guerra no Iraque chegaram também à língua portuguesa. Ou, como diriam os jornalistas menos escrupulosos com os erros e os disparates que propagam, são os tais «danos colaterais» resultantes de «fogo amigo», tão inesperado quanto letal. Destas e doutras barbaridades linguísticas damos conta no Pelourinho e no Correio.
Resta-nos fechar a semana com esta meditação do escritor português Vergílio Ferreira: «Uma língua é o lugar donde se vê o Mundo e em que se traçam os limites do nosso pensar e sentir. Da minha língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor, como da de outras se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto. Por isso a voz do mar foi a da nossa inquietação.» (1)
(1) In “Conta-Corrente”, vol. 3