1. Em Portugal, apertam as medidas restritivas sobre o tabaco, conforme determinam as alterações recomendadas pela União Europeia. Segundo o ministro da Saúde português, Manuel Pizarro, o objetivo é «diminuir o estímulo ao consumo» e «começar hoje a proteger os jovens de amanhã». Enquanto os cigarros não ficam proscritos para sempre, recorde-se que, sobre a origem do nome tabaco, se dividem as opiniões: uns consideram-no empréstimo de uma língua pré-colombiana do Haiti, tendo entrado no português por via castelhana; para outros, o vocábulo é mais antigo e provém do castelhano atabaca ou do italiano tabacco, adaptações do árabe ṭabbāq ou ṭubbāq, denominação de uma planta de alguma forma parecida com a encontrada pelos conquistadores europeus do Haiti (ver nota etimológica de tabaco, no Dicionário Houaiss). Quanto a cigarro, igualmente incerta é a génese: provém do castelhano cigarro (cf. Dicionário Houaiss), que talvez venha do maia siyar (cf. cigarro no dicionário da Real Academia Espanhola).
Sugere-se ainda a leitura das seguintes respostas disponíveis no Ciberdúvidas: "O adjectivo tabaqueiro («Indústria tabaqueira»)", "Tabaquismo ou tabagismo?", "'Além disso', 'desabituação tabágica', 'métodos de aleatorização'", "Charuto: qual a origem?" , "Nite (calão de Portugal)".
2. Uma professora procura saber a razão por que se classificam os particípios passados como formas verbais não finitas. A explicação vem no Consultório, que recebe mais sete esclarecimentos sobre os seguintes tópicos: a possibilidade de quando ser seguido de verbo no presente do conjuntivo; os resultados do encontro da preposição de com o artigo definido; o antecedente do pronome relativo quem; as grafias do adjetivo sarcóptico e do nome Laissa; a origem do topónimo Milhão (Bragança); e o uso da locução «a modos que».
3. No Correio, um consulente contacta o Ciberdúvidas porque «só gostaria de agradecer brevemente pela existência deste site». Regista-se o apreço pelo trabalho aqui desenvolvido – e retribui-se o agradecimento, com satisfação.
4. É preciso extirpar dos dicionários as palavras de conteúdo racista? E caberá aos dicionários consignar todos os usos lexicais? Nas Controvérsias, apresentam-se dois problemas dos registos lexicográficos: num texto, o consultor Carlos Rocha comenta as observações que a vencedora do Prémio Camões 2021, a escritora moçambicana Paulina Chiziane, fez a respeito de certas definições dicionarísticas de teor racista; noutro texto, transcrito com a devida vénia do mural Língua e Tradição (Facebook, 29/04/2023), o investigador e divulgador de temas científicos Rafael Rigolon critica a forma como o dicionário Michaelis incluiu o nome próprio Pelé (ver Notícias). Na mesma rubrica, aborda-se ainda outra discussão, a do ensino do português em Angola, a qual motiva uma reflexão de Ezequiel Bernardo, professor do Instituto Superior de Ciências da Educação de Cabinda.
5. «A linguística e a gramática são atividades complementares» – defende o linguista Aldo Bizzocchi em artigo de opinião originalmente publicado na página Língua e Tradição (Facebook, 23/04/2023) e agora também disponível em O Nosso Idioma.
6. Relativamente a três dos programas dedicados ao português na rádio pública de Portugal:
– Em Língua de Todos, difundido na RDP África, na sexta-feira, 12 de maio, às 13h20* (repetido no dia seguinte, pouco depois do noticiário das 9h00*), conversa-se com a professora Sandra Duarte Tavares sobre os erros de pronúncia mais comuns da língua portuguesa e algumas áreas críticas do português, como por exemplo, erros de concordância entre o sujeito e o verbo.
– No programa Páginas de Português, transmitido pela Antena 2, no domingo, 14 de maio, às 12h30* (repetido no sábado seguinte, dia 20 de maio, às 15h30*), entrevista-se o investigador e escritor Luís Sarmento, sobre o discurso gerado pela Inteligência Artificial e o desafio que a língua portuguesa enfrenta com a chegada do ChatGPT. Inclui-se ainda um apontamento linguístico da professora Carla Marques sobre o superlativo absoluto sintético do adjetivo simpático.
– Quanto a Palavras Cruzadas, programa realizado por Dalila Carvalho e transmitido na Antena 2 (segunda a sexta, às 09h50* e às 18h50*), as palavras e as expressões utilizadas no contexto da aviação, como por exemplo «hospedeira de bordo» ou bagageiros, são o tema de uma conversa com José Correia Guedes, comandante da TAP reformado.
* Hora oficial de Portugal continental.