Os dicionários registam já as duas variantes, consagrando o galicismo tabagismo, imposto pela força do uso comum [do fr. "tabagisme"]. A verdade é que tabaquismo [de tabaco+ismo] é a forma aconselhada pelos gramáticos e linguistas em geral.
Rodrigo de Sá Nogueira, no seu Dicionário de Erros e Problemas de Linguagem (Livraria Clássica Editora, Lisboa), opõe-se mesmo, e frontalmente, ao emprego deste neologismo.Nestes termos:
«Diga-se tabaquismo. A forma 'tabagismo', que sistematicamente se usa, nada mais é que a adaptação desnecessária e servil do francês 'tabagisme', que, por sua vez, é de formação irregular mesmo dentro do francês. Hatzfeld, Darmesteter et Thomas, 'Dict. Génér.', dizem-nos: "Tabagie…s.f. (Étym. Dérivé irrégullier de tabac…». Note-se que no castelhano só aparecem as formas 'tabaquismo' e 'tabaquista'. Mas no italiano Battisti e Alessio ('Diz. Etim') dão-nos as duas formas: «tabagismo, m. (a. 1905, Panzini), med.; intossicazione cronica causata dal tabacco; fr. tabagisme (fine XIX sec.), tratto dal tabagie (a. 1604) fumatoio publico»."»
N.E. — Na acecão mais comum de «dependência física e psicológica do uso de tabaco» e «vício de fumar», importa lembrar a diferença entre tabaquismo (ou tabagismo) e consumo de tabaco. Vide, para o espanhol, este esclarecimento da Fundéu: "Tabaquismo no es consumo de tabaco".