1. No dia da tomada de posse de Donald Trump como 45.º presidente dos Estados Unidos da América, justifica-se retomar perguntas e artigos que incidam quer no tema específico da campanha eleitoral que culminou com a vitória do multimilionário, quer em tópicos de alguma maneira relacionados com o país em apreço e com o impacto que ele tem na política mundial. Sugere-se, portanto, a leitura de "Dos tempos de Obama ao de Trump", "Suspense, palavra marcante nas eleições dos EUA", "Estado Unidos: plural, ou singular?", "Os estados Unidos são um país", "Sigla EUA", "Tradução dos nomes das regiões dos Estados-Unidos", "Gentílicos de cidades dos Estados Unidos da América", "Estado-unidense, estadounidense, norte-americano", "Norte-americano" ou "americano"?, "'Eleito como' e 'considerado'". Torne-se também ao registo dos vários neologismos e palavras recorrentes que rechearam as notícias sobre a ruidosa ascensão de Trump: por um lado, trumpismo, trumpista, pró-Trump, anti-Trump, trumpada, Trumpamérica, trumpesco, trumpificação, trumpestade; por outro, racismo, xenofobia, misoginia, homofobia, populismo, arrogância, ou megalomania. E, para não esquecer como se usam e abreviam os numerais ordinais, recorde-se ainda que 45.º é a representação numérica de «quadragésimo quinto», a qual, como abreviação que é, se escreve com ponto abreviativo e, depois deste, com -o final de quinto em expoente (ler "O ponto é ou não obrigatório para marcar uma abreviação?").
* Posteriores derivações, entretanto, do antropónimo do novo Presidente dos EUA: Como trurmpificar um pais. Ainda a respeito do discurso mediático decorrente da tomada de posse de Donald Trump, concretamente para o castelhano, vide a recomendação,da Fundación para el Español Urgente (Fundéu BBVA), com data de 19/1/2017.
2. Na rubrica Acordo Ortográfico, fica disponível um texto do jornalista Nuno Pacheco saído no Público de 19/1/2017, a propósito do anúncio dos aperfeiçoamentos que a Academia das Ciências de Lisboa tenciona introduzir na aplicação do Acordo Ortográfico de 1990 (AO) em Portugal. Uma curta citação: «Que volte tudo à mesa, para que, "remendando" o AO ou deitando-o fora, não haja mais escolhas impensadas, baseadas em panaceias há muito desmentidas».
3. No consultório, quatro perguntas: a palavra odre tem o fechado ou aberto? É correto empregar o particípio passado aceito? Se linguística tem acento, porque não se acentua linguista? «Ser confrontado com» ou «por»?
4. A variação linguística sempre deu azo a situações cómicas: são exemplo as falas das personagens populares do teatro vicentino, destinado a fazer rir quem se sentia instalado na variedade tida por normal. Explorando esta tendência, o humorista Ricardo Araújo Pereira dedicou, na rubrica Mixórdia de Temáticas da Rádio Comercial, um apontamento à volta de duas pronúncias dissonantes do padrão: trata-se de como, quando articulado "cumo", e de rio, tio ou frio, que continuam a ser dissílabos em várias regiões portuguesas. Observe-se que estes três últimos vocábulos, em Lisboa e cada vez mais noutros pontos de Portugal, são monossílabos, pronunciando-se "riu", "friu" e "tiu", portanto, com ditongo.
5. Quanto aos programas que o Ciberdúvidas produz para a rádio pública portuguesa, lembramos que o Língua de Todos de sexta-feira, 20 de janeiro (às 13h15*, na RDP África, com repetição no sábado, 21 de janeiro, depois do noticiário das 9h00*), a consultora Sandra Duarte Tavares foca dúvidas recorrentes do português. No Páginas de Português de domingo, 22 de janeiro (na Antena 2, às 12h30*, com repetição no sábado seguinte, às 15h30*), Sara de Almeida Leite, professora do Instituto Superior de Educação e Ciências (Lisboa), comenta o impacto dos anglicismos na nossa língua.
* Hora oficial de Portugal continental.