Os usos da língua portuguesa têm sido fonte inesgotável para a criação de efeitos de cómico, pelo menos, desde Gil Vicente (1465?-1536?), autor que muito aproveitou a variação dialetal e socioletal para os seus autos e farsas. O sotaque e certos chavões são, por exemplo, aspetos que a generalidade de cómicos e humoristas explora – basta lembrar as muitas figuras inventadas por humoristas portugueses como Herman José ou Ricardo Araújo Pereira. Mas será possível fazer humor à volta de termos e conceitos gramaticais mais elaborados ou menos conscientes no conhecimento que temos da linguagem quotidiana? O programa brasileiro Porta dos Fundos, que o YouTube popularizou entre os falantes de português, atreveu-se a brincar com a gramática descritiva, a propósito de noções como conetor (ou conector, ou ainda, como também se diz, conetivo) e tipos de frase (declarativa, interrogativa, entre outras). O resultado foi o episódio intitulado Problemas linguísticos*, que a seguir se apresenta:
* Agradecemos ao consulente Nicolas Maia (Rio de Janeiro, Brasil) a chamada de atenção para este vídeo.
O programa de rádio Língua de Todos de sexta-feira, 19 de junho (na RDP África, às 13h30**; com repetição no dia seguinte, 20 de junho, às 9h10**), aborda o tema "Língua Portuguesa e Identidade Amazónica" numa entrevista à professora Sílvia Helena Benchimol Barros, da Universidade Federal do Pará. No Páginas de Português de domingo, 21 de junho (às 17h00**, na Antena 2), pergunta-se ao professor, escritor e etnomusicólogo açoriano Vítor Rui Dores: será que existe de facto uma açorianidade, como defendeu o escritor Vitorino Nemésio (1901-1978)?
** Hora oficial de Portugal continental, ficando também disponível via Internet, nos endereços de ambos os programas.
Dúvidas esclarecidas no consultório:
– em vez de «ela apresentou-me ao diretor», pode dizer-se «ela apresentou-me-lhe»?
– bipartidismo quer dizer o mesmo que bipartidarismo?
– em referência a um penteado, escreve-se "rabo-de-cavalo", ou "rabo de cavalo"?