1. A campanha para a eleição presidencial nos Estados Unidos da América, marcada no dia 8 de novembro p. f., concentra sempre atenção universal, desta vez com o brinde mediático do estilo tonitruante e do tom tantas vezes polémico do candidato republicano Donald Trump. No debate com a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton, realizado em Las Vegas, no dia 20 p.p., um dos entrevistadores perguntou a Trump se aceitaria o resultado das eleições de 8 de novembro. Resposta: «I'll keep you in suspense». A tradução para português não ofereceria nenhuma dificuldade – «vou manter-vos em suspense» –, não fosse a palavra suspense gerar uma série de prolações entre decididas e hesitantes. Como se escreve? Em itálico, ou não é preciso? E como se pronuncia? À francesa? À inglesa? À portuguesa – mas com que pronúncia, se os dicionários portugueses parecem dividir-se entre duas transcrições fonéticas? Tal é a discussão abordada numa nova resposta disponível no consultório, sobre o uso em Portugal de suspense – vocábulo desconcertante, mas não tanto como Trump.
2. Outras questões nesta atualização: aceita-se como variante do nome próprio Brás a forma "Braz"? Regresso à diferença entre ditongo e hiato: como distinguir? E diz-se «podes ser o queiras» ou «podes ser o que quiseres»?
3. Em foco nos programas de rádio que o Ciberdúvidas produz para a rádio pública portuguesa: no Língua de Todos de sexta-feira, 21 de outubro (às 13h15*, na RDP África; com repetição no sábado, 22 de outubro, depois do noticiário das 9h00*), a professora Sandra Duarte Tavares esclarece várias dúvidas de uso e gramática; no Páginas de Português de domingo, 23 de outubro (Antena 2, às 12h30*, com repetição no sábado seguinte às 15h30*), privilegia-se o tema das comemorações do centenário do escritor português Mário Dionísio (1916-1993).
*Hora oficial de Portugal continental.