Não tem sentido falar de superlativo de melhor, porque esta forma, só por si, já configura duas possibilidades de variação em grau: o comparativo de superioridade do adjetivo bom ou do advérbio bem; e, associado ao artigo definido – «o/a melhor» –, o superlativo relativo do adjetivo bom.
Urge salientar que os graus comparativo e superlativo são referidos ao grau normal dos adjetivos e dos advérbios. Por exemplo, diz-se que melhor é o grau comparativo de superioridade de bom e de bem. Do mesmo modo, fala-se de ótimo como o superlativo absoluto sintético de bom, e não de melhor, embora se trate sempre do mesmo adjetivo.
Por outras palavras, melhor diz respeito ao adjetivo bom e ao advérbio bem, no grau comparativo de superioridade. Quanto ao superlativo, corresponde este a ótimo.
Tendo em conta a Nova Gramática do Português Contemporâneo de Celso Cunha e Lindley Cintra, pág. 262, entre os comparativos e superlativos anómalos, contam-se «[q]uatro adjetivos – bom, mau, grande e pequeno – [que] formam o comparativo e o superlativo de modo especial». A tabela (cf. ibidem) que se segue permite compreender os casos particulares destes adjetivos:
CASOS PARTICULARES DE COMPARATIVOS E DE SUPERLATIVOS |
|
||
GRAU NORMAL |
GRAU COMPARATIVO DE SUPERIORIDADE |
GRAU SUPERLATIVO
|
|
|
|
ABSOLUTO |
RELATIVO |
Bom |
Melhor |
Ótimo |
O melhor |
Mau |
Pior |
Péssimo |
O pior |
Grande |
Maior |
Máximo |
O maior |