1. A XI Reunião Ordinária do Conselho Científico do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) realiza-se de segunda a quarta-feira próximas, de 9 a 11 de maio p. p., na cidade da Praia, Cabo Verde, contando, na abertura, com a presença do secretário executivo da CPLP, o embaixador moçambicano Murade Murargy. Um dos temas abordados será certamente o desenvolvimento do Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa (VOC) e dos seus vocabulários nacionais, referido várias vezes nas comemorações do Dia da Língua Portuguesa e da Cultura deste ano, na sede da CPLP, em Lisboa.
2. Instrumento estratégico previsto pelo tratado do Acordo Ortográfico assinado pelos Estados-membros da CPLP, em 1990, a plataforma do VOC foi lançada publicamente em 2015, estando desde então a ser nela integrados os vocabulários ortográficos nacionais entretanto já finalizados: Brasil, Cabo Verde, Moçambique, Portugal e Timor-Leste. O de São Tomé e Príncipe encontra-se ainda em fase de aprovação do respetivo governo, faltando apenas os de Angola e da Guiné-Bissau para que todos os países de língua oficial portuguesa disponham, finalmente, de vocabulários próprios e consonantes com a identidade linguística e cultural de cada um deles. É o caso, nos países africanos, das palavras transmitidas pelas línguas bantas.
3. Na rubrica Acordo Ortográfico, damos nota da polémica relançada em Portugal com as declarações do presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, que, no decurso da sua visita oficial a Moçambique, considerou que uma eventual não ratificação por parte do parlamento deste país pode ser «uma oportunidade para repensar a matéria».
4. No contexto das comemorações do Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP, o atual ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, num artigo publicado no Jornal de Notícias de 5/05/2016 e disponibilizado pela rubrica Lusofonias, sublinhou: «O que é promover a língua portuguesa? É promover a sua afirmação como língua internacional, de comunicação e de negócios. É promover o seu ensino, em todos os níveis. É promover o seu uso, quotidiano e cultural. É promover a criação que se exprime em português. E é promover o diálogo e a cooperação entre todos os seus falantes, e as comunidades, nações e países que eles formam.»
5. A atenção mediática continua a focar os chamados «papéis do Panamá» (ou «documentos do Panamá»), embora os termos neles empregados não sejam muito claros: por exemplo, ao contrário do que se poderia supor, «empresa de fachada» não é o mesmo que «empresa-fantasma». Para facilitar a compreensão das subtilezas desta terminologia, o jornal francês Le Monde organizou um breve glossário que a publicação eletrónica brasileira Carta Maior traduziu agora para português. Disponível também na página do Clube de Jornalistas, de Portugal.
6. Um poema de Álvaro Magalhães suscita uma dúvida sobre uma figura de retórica, a personificação. Quem esbraceja quer também conhecer o processo de formação deste verbo. E que vem a ser um hostel? Deve empregar-se o termo, ou há outros com maior tradição em português? Respostas e comentários no consultório.
6. Quanto aos programas produzidos pelo Ciberdúvidas para a rádio pública portuguesa, refira-se que o Língua de Todos de sexta-feira, 6 de maio (às 13h15*, na RDP África; com repetição no sábado, 7 de maio, depois do noticiário das 9h00*), se centra em aspetos gramaticais, tais como a sintaxe verbal. O Páginas de Português de domingo, 8 de maio (Antena 2, às 12h30*, com repetição no sábado seguinte às 15h30*), é também dedicado a várias questões da língua, entre elas, as que dizem respeito à supressão na escrita – por aplicação do Acordo Ortográfico – das consoantes mudas c e p, quando não pronunciadas (mais informação na Abertura de 4/05/2016).
* Hora oficial de Portugal continental.