1. Comemora-se em 5 de maio o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP, assinalado neste ano por várias cerimónias e encontros temáticos, tanto nos países de língua oficial portuguesa quer noutros pontos onde existam comunidades de falantes. Entre os títulos das notícias referentes a este dia ou que com ele se relacionam, por darem conta do que se faz para promoção da língua portuguesa, salientamos:
"200 ações em 58 países assinalam Dia da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP" (Sapo24)
"Dia da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP" (Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P.)
"Uso do português no Comité Olímpico Internacional" (Observatório da Língua Portuguesa)
2. Em Portugal, continua o debate em torno da iniciativa do Bloco de Esquerda para a mudança da denominação do cartão do cidadão, tido por «linguagem sexista». No artigo Os cidadãos e a gramática, publicado neste dia no jornal Público, a professora Maria Regina Rocha lembra que o signo linguístico é arbitrário e o género constitui uma categoria gramatical a não confundir com o sexo biológico.
3. Porquê desejar, e não o mais franco e direto querer? E porque não ter, em vez de possuir? Em memória do historiador e escritor português Paulo Varela Gomes, falecido em 29 de abril p. p., a rubrica O nosso idioma disponibiliza uma excelente crónica sua escrita em 2010 para o jornal Público, com o título E falar português, vai desejar?, a propósito de certas expressões que empecem as mentes e o trato entre os falantes de Portugal. Sobre esse mesmo texto à volta do "falar rebuscado" – recolhido posteriormente para o livro Ouro e Cinza (Tinta da China Edições, 2014) – vale a pena ouvir, ainda, o apontamento que lhe dedicou David Ferreira na rubrica A Contar, na Antena 1, no dia 3 p.p.
4. Se escrevemos ouro e besouro com ou, porque será que tantos de nós dizem "ôro" e "besôro"? Uma resposta do consultório procura dar algum enquadramento normativo e histórico à redução do ditongo ou, que, embora se mantenha entre falantes do terço norte de Portugal, raramente é proferido no resto deste país. Dá-se ainda atenção a dois neologismos de registos muito diferentes: "afinzão", uma criação popular brasileira, e pseudonomizar, que desponta no discurso administrativo e burocrático.
5. Sobre os temas dos programas produzidos pelo Ciberdúvidas para a rádio pública portuguesa:
– o Língua de Todos de sexta-feira, 6 de maio (às 13h15*, na RDP África; com repetição no sábado, 7 de maio, depois do noticiário das 9h00*), centra-se em aspetos gramaticais, tais como: «ele protestou a iniciativa», ou «ele protestou contra a iniciativa»?; e «ela entregou ao funcionário a carta», ou «ela entregou a carta ao funcionário»?
– o Páginas de Português de domingo, 8 de maio (Antena 2, às 12h30*, com repetição no sábado seguinte às 15h30*), é integralmente dedicado a questões funcionais da língua, entre elas, as que dizem respeito à supressão na escrita – por aplicação do Acordo Ortográfico – das consoantes mudas c e p, quando não pronunciadas. As palavras direto e espetador, por exemplo, passam a ser pronunciadas, respetivamente, com e fechado e o chamado «e mudo», devido à queda do c? Há também muita confusão entre as preposições sob e sobre. Por exemplo, devemos dizer «estou sob pressão», ou «sobre pressão»? As respostas dos consultores Carlos Rocha e Sandra Duarte Tavares.
* Hora oficial de Portugal continental.