1. No domingo, dia 26 de setembro, ocorrem duas eleições: Autárquicas 2021, em Portugal; e legislativas na Alemanha. Ambos os pleitos trazem para primeiro plano um campo lexical alargado, que engloba não só termos que descrevem a realidade eleitoral de cada país como também outros planos que ela convoca. No caso português ganham relevo nomes que, em diversas respostas do Consultório, foram objeto de análise e reflexão, como freguês ou munícipe, autarquia e autárquico, município e concelho, líder e líderes, eleição e eleições ou verbos como botar, votar e deitar. A estes conjuntos de termos associam-se ainda «a candidata mais votada» ou «Eleições eleitorais». Uma forma de atualizar os conhecimentos lexicais recorrendo ao imenso acervo do Ciberdúvidas, sempre disponível para os seus consulentes.
Cf. Eleições Autárquicas 2021 – Resultados
2. Quanto ao apuramento da composição do 20.° Bundestag (parlamento germânico) do pós-II Guerra Mundial, acresce a particularidade da incógnita sobre quem substituirá a atual chanceler Angela Merkel, que se despede da política após 16 anos no cargo. No arquivo do Ciberdúvidas, é possível encontrar diversos textos relacionados com a Alemanha e com o alemão. Por exemplo: «Germanismos»; «As quilométricas palavras do alemão»; «Estar na Alemanha» vs. «estar para a Alemanha»; «Não é «“desde” a Alemanha», é «da Alemanha»; «Tedesco»; «O adjectivo relativo ao rio Meno (Alemanha)»; «A grafia do termo alemão Reich (= «império»)»; «O gentílico da Lusácia (Alemanha, Polónia, República Checa)»; e «Delícias do português numa boca alemã».
Cf. Resultado das eleições deixa Alemanha num impasse
3. Ao Consultório do Ciberdúvidas chegam frequentemente questões relacionadas com várias dimensões dos pronomes relativos e das orações relativas. Desta feita, a questão incide, mais uma vez, nas possibilidades sintáticas do relativo quem. A explicação pode ser consultada em «As funções sintáticas de quem II». Outras oito questões incluem a atualização das respostas do Consultório. Entre elas, podem ver esclarecidas as seguintes dúvidas: «A grafia e o significado de coplantação», a correção do adjetivo formulaico, a sintaxe do verbo esquecer na construção «que nunca me esquece», o uso da locução «até então» e a correção da construção «estetoscópio ao pescoço». Para além destas respostas, veja-se ainda «Pretérito perfeito e imperfeito do indicativo: acordava vs. acordou», «Metonímia e personificação: «As casas espiam os homens» (C. Drummond de Andrade)» e «O conceito de comunicação».
4. Inserida na problemática do contexto escolar, a professora Lúcia Vaz Pedro apresenta um apontamento que constitui uma reflexão sobre o papel do ensino da literatura como caminho de formação ética e moral, aspeto que se articula com alguns planos do Perfil do aluno à saída da escolaridade obrigatória. Como aí se afirma, «A literatura e o seu ensino, pelo mundo, deve, acima de tudo, ser profundamente moral, porque o homem, com as suas paixões e os seus sentimentos, os seus desequilíbrios, os seus enganos precisa, necessita da lucidez retratada nos livros, bem escrita para que seja bem assimilada.»
5. O dossiê A covid-19 na língua recebe seis novas entradas relacionadas com a evolução da pandemia em vários planos e em vários locais do planeta. Aqui ficam registadas: Aliviar vs. restringir, Anticoagulantes, Bromexina, Kit covid, Nitazoxanida e Tratamento precoce.
6. O professor universitário e tradutor Marco Neves dedica, desta feita, uma crónica à Lua. Neste texto reflete não só sobre as características das enganadoras manchas do único satélite natural da Terra, mas também sobre as palavras selecionadas em diferentes línguas para o designar o seu percurso linguístico. Para além disso, deixa ainda uma recomendação bibliográfica e várias sugestões cinematográficas, todas motivadas pela lua e seus efeitos (crónica originalmente publicada em Certas Palavras, blogue do autor, e aqui transcrita com a devida vénia).
7. A diversidade cultural e linguística entra, em determinadas ocasiões e regiões, em conflito com as políticas do estado. Neste contexto, o compositor e professor universitário Filipe Zau analisa os vários matizes associados à mobilidade dos povos e à expansão e manutenção das suas línguas, num artigo que traça um percurso a pensar na realidade da língua portuguesa (artigo transcrito com a devida vénia do Jornal de Angola).
8. Temas dos três programas da rádio pública portuguesa, dedicados ao idioma nacional:
♦ Língua de Todos, na RDP África, traz à antena o professor e compositor angolano Filipe Zau, recentemente nomeado pela CPLP embaixador da Boa Vontade na área da língua portuguesa (sexta-feira, 24 de setembro de 2021, pelas 13h20*; com repetição no dia seguinte, após o noticiário das 9h00*).
♦ No Páginas de Português, na Antena 2, a conversa com Luís Gomes (professor na Universidade de Glasgow) e Sandra Ferreira (bolseira do Camões, Instituto da Cooperação e da Língua) decorrerá em torno do tema do ensino do português na Escócia. O programa conta ainda com a crónica da professora universitária Edleise Mendes, que falará sobre o Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP) (domingo, 26 de setembro de 2021, pelas 12h30*, com repetição repetido no sábado seguinte, 2 de outubro de 2021, às 15h30*).
♦ O programa da responsabilidade de Dalila Carvalho, Palavras Cruzadas, emitido pela Antena 2, abordará a questão dos ex-votos, em várias perspetivas ligadas à religiosidade (dias 27, 28, 29, 30 de setembro e 1 de outubro de 2021, às 9h50 e 18h20*).
*Hora oficial de Portugal continental.