Se consultarmos o Dicionário Terminológico, verificamos que tanto a coesão lexical como a coesão referencial, designada por cadeias de referência, constituem procedimentos que contribuem para a coesão textual.
A diferença entre ambas é que a primeira se socorre de «reiterações e substituições lexicais», aquilo que, na TLEBS, se designava de «Mecanismo de coesão textual que envolve a repetição da mesma unidade lexical ao longo do texto ou a sua substituição por outras unidades lexicais que com ela mantêm relações semânticas de natureza hierárquica (hiponímia, hiperonímia) ou não hierárquica (sinonímia, antonímia).», enquanto a segunda «pode ser constante (por exemplo, D. Afonso Henriques, e com a maior parte dos usos de nomes próprios) ou variável (por exemplo, "eu", "hoje", "isso"), sendo, neste caso, fixada através de processos de deixis ou anáfora.»*
Assim, a coesão referencial é um mecanismo de coesão gramatical** que pode ser assegurada por vários meios, nomeadamente a catáfora, na qual os pronomes, determinantes ou advérbios antecedem o seu referente:«Essa é muito inteligente, a jovem de cabelo curto.»*
Pelo exposto, no enunciado em análise encontramos uma situação de coesão lexical.
**in Programa e Metas Curriculares de Português - Ensino Secundário, p.21