As duas respostas estão corretas. São ambas possíveis porque resultam de abordagens específicas da textualidade.
Por um lado, a coesão é um fenómeno textual que compreende «Todos os processos de sequencialização que asseguram (ou tornam recuperável) uma ligação linguística significativa entre elementos que ocorram na superfície textual» (Mateus, Gramática da Língua Portuguesa. Caminho, p. 89). A coesão divide-se em processos de coesão gramatical e de coesão lexical. Este último fenómeno está relacionado com a repetição da mesma expressão linguística no texto (coesão lexical por repetição) ou com a sua substituição por expressões que mantenham alguns traços idênticos ou opostos (coesão lexical por substituição).
Neste âmbito, entre os sintagmas «Padre António Vieira» e «o jesuíta» estabelece-se uma relação de coesão lexical por substituição, na medida em que a expressão linguística jesuíta mantém com «Padre António Vieira» uma relação de identificação de traços semânticos. O nosso conhecimento do mundo permite-nos saber que Pe. António Vieira foi jesuíta.
O fenómeno da correferência tem a ver com as relações que as palavras estabelecem entre si no texto relativamente às realidades que referem. Assim, em (1), teremos uma correferência anafórica entre o pronome ele e o sintagma «O João», uma vez que a referência do pronome ele se constrói pela relação que estabelece com um nome próprio com significado autónomo.
(1) «O João chegou. Ele está atrasado.»
No contexto escolar português, este fenómeno designa-se simplesmente anáfora e é um dos mecanismos de coesão referencial.
Em (2), temos uma correferência não anafórica, na medida em que os dois sintagmas nominais são independentes do ponto de vista da realidade que referem. É o nosso conhecimento do mundo que nos permite interpretar «jovem estudante» como correferente de «O João». No entanto, é uma correferência não anafórica porque o segundo constituinte tem significação própria, ou seja, não é referencialmente dependente do anterior.
(2) «O João chegou. O jovem estudante está atrasado.»
No contexto escolar português, este fenómeno é um dos mecanismos de coesão lexical (por substituição).
Esperando ter sido clara, desejo-lhe bom estudo!