1. A fonte da teorização sobre coesão está em Hallyday, M. A. K.; Hassan, R., 1976 – Cohesion in English, Londres, Longman. A palavra coesão cobre o conjunto de meios linguísticos que asseguram os laços entre segmentos textuais de diferente composicionalidade, permitindo que um agregado de enunciados apareça sob o “arranjo” de um texto.
Desde então, muitas explorações e taxinomias têm sido feitas. Seria interessante saber a que bibliografia teve acesso e de que maneira ela interferiu na esquematização que apresenta. De qualquer modo, se consultar Coesão referencial, verá que é possível fazer algumas correspondências.
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Interfrástica: Frástica: dentro da frase . Parafrástica: (Frástico: |
2. Importa referir que Halliday e Hassan insistem sobre as marcas linguísticas que fazem do agregado de enunciados um texto [pronominais, conectores, nominalizações, etc.]. Pensaram numa textualidade baseada na forma.
Porém, há outros princípios, para além dos implicados nas relações linguísticas, activados no processo interpretativo – princípios de ordem lógico-semântica (textualidade baseada na informação, dada ou inferida). A este propósito, veja Beaugrande, R. A. de, 1979 – “Text and sentence in discourse planning”, in J. S. Petöfi (ed.), Text vs. Sentence. Basic Questions of Text Linguistics, Hamburgo, Buske.)
Participam ainda na construção do discurso fenómenos como a implicatura e a pressuposição pragmática, activados em processos sequenciais entre actos ilocutórios (coerência pragmático-funcional do discurso).
Sobre a “evolução” do conceito de coesão para o de coerência ver: Fonseca, Joaquim, 1992 – Linguística e Texto/Discurso. Teoria, Descrição, Aplicação, Lisboa, ICALP/Ministério da Educação.