
Deixamos, neste dia, mais um tópico de reflexão: quais os sinónimos de compreender? Realizar é um anglicismo, aperceber-se é um galicismo...
E ainda um questão derivada: como avaliar o grau de genuinidade vernácula de uma palavra em português? E, sendo essa avaliação possível, em que ponto da escala devemos situar as palavras implementar, resiliente, colaborativo — ou o banal SOS?
No programa Páginas de Português (Antena 2, dia 30, 17h00*, também disponível em podcast): a propósito do seu último romance, A Arte de Morrer ao longe, uma conversa com o escritor Mário de Carvalho, sobre a língua portuguesa. «Que se deteriora, no vocabulário e na sintaxe; que a televisão não deixa levantar-se do chão; que o politicamente correcto coarcta, cerceando-lhe a dimensão metafórica; que o sistema de ensino restringe, apagando-lhe a memória.» Tempo, ainda, para o que muda e fica no português escrito, com a aplicação do Acordo Ortográfico, e para a rubrica Uma Carta É Uma Alegria da Terra, em colaboração com os CTT, Correios de Portugal.
No 77.º programa do magazine Cuidado com a Língua! (RTP 1, dia 31, 21h20*, repetido nos demais canais da televisão pública portuguesa e também disponível em podcast): o actor Cândido Ferreira, como convidado especial, no papel de sapateiro de… Diogo Infante. Um e outro num diálogo divertidíssimo à volta do conhecido dito «Não vá o sapateiro além da chinela». Ou trocando por miúdos — sempre com os avisados esclarecimentos em voz-off de Maria Flor Pedroso — sobre as diferenças (semânticas e etimológicas) de sandália, alpercata e chinela. E qual a origem do temo xacatar? Tempo, ainda, para (se) esclarecerem sobre a correcta pronúncia de rubrica, seja no sentido de «apontamento» ou de «assinatura».
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*Hora de Portugal continental.