1. As celebrações do Dia Mundial da Língua Portugal puseram a tónica no número de falantes de português, no seu caráter pluricêntrico e no facto de ser predominantemente falado no hemisfério sul, como a linguista Margarita Correia já frisou (ler aqui). Em Portugal, na área político-institucional, são de salientar, em Portugal, o discurso (em vídeo) de João Gomes Cravinho, ministro dos Negócios Estrangeiros, sublinhando o significado da data, e a mensagem de João Ribeiro de Almeida, presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua. O Ciberdúvidas não deixa de ir assinalando nos Destaques destas páginas e nas redes sociais algumas das muitas iniciativas que direta ou indiretamente marcam as celebrações à roda de 5 de maio: por exemplo, o debate promovido pela FORGES, dedicado ao uso da língua nos contextos académico e científico; o colóquio "A codificação do português de Moçambique", realizado pela Cátedra de Português da Universidade Eduardo Modlane; e o 5L – Festival da Literatura e Língua Portuguesa, entre 5 e 9 de maio. Cabe ainda referir o lançamento de Este Imenso Mar, uma antologia publicada pelo Camões I.P., com organização de Ana Maria Martinho, que reuniu textos de vários escritores contemporâneos de língua portuguesa.
2. Muitos dos eventos comemorativos do Dia Mundial da Língua Portuguesa têm como tema principal as literaturas em português, as suas tradições e os seus horizontes. A propósito da literatura e do seu sentido ôntico, fica em linha um texto da professora Lúcia Vaz Pedro intitulado "O poder demiúrgico do escritor", com o qual se inicia a nova rubrica Literatura.
3. Play, que significa «jogar, tocar, reproduzir», é um anglicismo insistente em títulos e nomes de conteúdos mediáticos e digitais, tirando desastradamente partido do prestígio promocional do inglês. Este é o tópico de uma crítica ao abuso da palavra que José Mário Costa, cofundador do Ciberdúvidas, faz no Pelourinho,
4. A covid-19 recupera força, e a rubrica A covid-19 na língua dá conta do facto com «15 milhões», uma nova entrada relativa à estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre o número de mortes mundialmente atribuídas ao vírus SARS-CoV-2, até maio de 2022.
5. O quererá dizer «25.ª hora»? Revelando as origens literárias da expressão, a resposta à pergunta faz parte da atualização do Consultório, que conta com mais sete questões: diz-se «à medida» ou «por medida»? Que uso figurado tem o nome deriva? Como se escreve o gentílico correspondente a Vila Real? Como se analisa sintaticamente a frase «viemos para o almoço»? Todos e exceto podem coexistir na mesma frase? É correto dizer-se «enquanto fiz o jantar, ele fez as sobremesas»? E a interjeição ah! constitui uma frase?
6. Em Ensino, Inês Gama retoma o tema das estruturas passivas, agora no contexto dos desafios do ensino do Português Língua Estrangeira.
7. A história singular da língua portuguesa em Angola dá-lhe forte personalidade e já se faz sentir como norma nacional. Em Montra de Livros, apresenta-se A Norma do Português em Angola, um estudo do linguista Márcio Undolo publicado em 2016 e que mantém atualidade.
8. Entre os programas que, na rádio pública de Portugal, têm a língua portuguesa por tema, têm relevo:
– Língua de Todos, transmitido pela RDP África (sexta-feira, 06/05/2022, 13h20*), no qual se convida a investigadora Chiara Truppi para falar sobre o kriol (crioulo) da Guiné-Bissau.
– Páginas de Português, emitido na Antena 2 (domingo, 08/05/2022, 12h30*), que inclui uma entrevista com Margarita Correia, investigadora e docente de Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa , acerca das comemorações do Dia Internacional da Língua Portuguesa, que se celebrou a 5 de maio, bem como uma crónica de Edleise Mendes à volta da relação das línguas gestuais com o português.
– Palavras Cruzadas, um programa realizado por Dalila Carvalho e transmitido pela Antena 2, de segunda a sexta, às 09h50* e às 18h50*.
*Hora oficial de Portugal continental.