1. Um novo estado de emergência passou a estar em vigor em Portugal às 00h00 do dia 24 de novembro. Esta situação implica medidas específicas em diferentes concelhos, agora divididos em quatro grupos distintos, consoante o nível de risco de contágio da sua população, o qual se encontra assinalado num «mapa de risco». Pretende evitar-se a todo o custo o aumento do número de infeções e de mortes, impedindo-se, se possível, o cenário de uma terceira vaga. As medidas agora divulgadas visam evitar a ocorrência de supercontágios e continuam a insistir no cumprimento de medidas como o «confinamento domiciliário» (parcial) de forma a evitar a ocorrência de «convívios físicos» entre familiares e amigos, considerados realidades de risco acrescido para os contágios, e na importância de se manter a «etiqueta respiratória». Em risco acrescido continua a viver a população mais idosa, particularmente aquela que se encontra em Estruturas Residenciais Para Idosos (ERPI). No plano político, tem provocado muita discussão a realização em pleno estado de emergência do congresso do Partido Comunista Português, celeuma que levou Jerónimo de Sousa, o seu secretário-geral, a perguntar «De que levaria o seu adiamento para o dia de São Nunca à Tarde?» As palavras / expressões assinaladas passaram a integrar o glossário A covid-19 na língua, que, assim vai acompanhando a evolução da realidade relacionada com a pandemia. Poderão ainda ser consultadas as entradas «A amontante/a jusante», «A covid-19 não mata só pessoas», Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, Drive thru, Inocular, Plano de vacinação e «Não sufoque a natureza».
2. A sintaxe do verbo arreigar parece estar a sofrer um processo de evolução, o que é sinalizado por algumas construções onde se verifica a substituição da regência da preposição em pela preposição a, tal como se explica nesta resposta. O dióspiro, fruta típica do outono, coloca problemas relativamente à sua forma correta: deve ou não levar acento? Na atualização do Consultório, explica-se também o significado da expressão «a primeira bola a sair do saco» e indica-se o feminino de «sumo sacerdote». No âmbito da sintaxe, explica-se uma estrutura clivada e analisa-se uma forma verbal do ponto de vista da deixis.
3. Na rubrica Montra de Livros, José Mário Costa apresenta a obra 100 Papas na Língua. Da autoria de Lurdes Breda e ilustrada por Tânia Clímaco, reúne uma centena das nossas mais conhecidas expressões idiomáticas – por exemplo, «cabeça de alho chocho», «ir pentear macacos» ou «ter um parafuso a menos» – "desdobradas" tematicamente em outros tantos «contos cheios de humor, nonsense, sátira pura, duplos sentidos, regionalismos, situações e personagens caricaturadas nos cenários mais picarescos».
4. A onomástica é, no Brasil, um espaço de grande criatividade linguística, que permite nomes cómicos, bizarros ou assustadores, como explicou a professora e linguista Edleise Mendes, na sua crónica emitida no programa Páginas de Português, na Antena 2, no dia 22 de novembro de 2020.
5. Na linguagem quotidiana, usamos inúmeras formas apocopadas. O professor João Nogueira da Costa, tratando esse tema, apresenta no seu apontamento intitulado Reduções de palavras que não são abreviaturas uma listagem comentada destas formas.
6. No âmbito dos eventos relevantes para a língua destacamos os seguintes:
– A comunicação intitulada A Pontuação, de Sandra Duarte Tavares, que terá lugar no dia 25 de novembro, pelas 16h30, na Biblioteca da Palácio Galveias.
– O 20.º WGT - Voltar a Falar em Gramática & Texto, organizado pelo CLUNL, no dia 27 de novembro, com a participação da professora Ana Sousa Martins, coordenadora da Ciberescola da Língua Portuguesa.
– O V Seminário Internacional História e Língua: Interfaces, organizado pelo CIDEHUS, da Universidade de Évora, com lugar a 26 e 27 de novembro.
– A exposição Um Oásis ao entardecer, apresentada no MAAT, a partir de 29 de novembro, no contexto da comemoração do 20.º aniversário dos Prémios Fundação EDP. Uma mostra que reúne obras dos artistas vencedores deste prémio ao longo dos vinte anos da sua vigência e que pretende «olhar para o futuro, direcionando a sua atenção para os desafios que nos aguardam».