Na frase em questão, a forma verbal parecia não é um deítico temporal.
Quando denota estados temporários ou eventos, o pretérito imperfeito do indicativo não tem a capacidade de, por si só, localizar situações no passado relativamente ao tempo da enunciação. Nestas situações, o pretérito imperfeito necessita de um tempo de referência com o qual se vai relacionar, que pode ser expresso por orações temporais ou advérbios temporais, por exemplo1.
Assim, na frase apresentada, é na oração subordinada adverbial temporal que se encontram os elementos que estabelecem uma relação deítica, conseguida através do uso do pretérito perfeito do indicativo (em estive). Este deítico aponta para um momento anterior ao tempo da enunciação. A forma verbal parecia, por seu turno, cria uma relação de sobreposição com a oração temporal, expressando a duração da perceção («parecer agradável»).
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1. Para mais informação, cf. Oliveira, in Raposo et al., Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 518-520.