A Gramática da Língua Portuguesa (Maria Helena Mira Mateus, et al.,Lisboa, Caminho, 2003) indica a seguinte lista exemplificativa de verbos copulativos – também denominados predicativos, de cópula ou de ligação: andar1, continuar1, estar, ficar, parecer, permanecer, revelar-se, ser, tornar-se.
Também o Dicionário Terminológico da Língua Portuguesa, para exemplificar a definição de verbos copulativos, indica os verbos copulativos mais conhecidos: «Verbo que ocorre numa frase em que existe um constituinte com a função sintática de sujeito e outro com a função sintática de predicativo do sujeito. Costumam listar-se como verbos copulativos os seguintes: ser, estar, ficar, parecer (como em "parecer doente"), permanecer, continuar (como em "continuar calado"), tornar-se e revelar-se.»
Assim, a frase que cita, ''A vida tornou-se insuportável'', insere-se nos exemplos da lista de verbos copulativos apresentados nas obras referidas.
Por outro lado, há os verbos transitivo-predicativos : “Diz-se do verbo que seleciona um complemento direto e um predicativo do complemento direto (é o caso do verbo achar na frase: Achei-a muito simpática.) (in Infopédia , Porto Editora, 2003-2014). “a” é o complemento direto e “muito simpática” é o predicativo do complemento direto.
Na frase «Eu acho alguns locutores muito vaidosos.» os elementos sublinhados constituem o predicado: alguns locutores é o complemento direto, e muito vaidosos, o predicativo do complemento direto.
O predicativo do complemento direto é a função sintática desempenhada pelo constituinte selecionado por um verbo transitivo-predicativo, que predica (1) (atribui) algo acerca do complemento direto. Na frase acima essa predicação (atribuição) é "muito vaidosos" que se aplica ao complemento direto "alguns locutores".
Nota:
Assim como o complemento direto é selecionado pelo verbo (transitivo direto), são também «selecionados pelo verbo os predicadores secundários com a relação gramatical de predicativo do sujeito [quando tal verbo pertence à subclasse dos verbos copulativos] e de predicativo do complemento direto, quando o verbo pertence à subclasse dos verbos transitivo-predicativos ou quando se trata de construções resultativas»
(Mira Mateus et alii, Gramática da Língua Portuguesa, Lisboa, Caminho, 2003, p. 290).
Exemplos:
A Ana considera a mãe uma ótima cozinheira.
O poeta julga-se um visionário.
O Jorge acha a Teresa bonita.
Eu acho isto tudo muito estranho.
Nestes exemplos, os verbos achar e julgar-se são transitivo-predicativos, selecionando o predicativo do complemento direto, que corresponde a uma ótima cozinheira, um visionário, bonita e muito estranho
Consideram-se verbos predicativos-copulativos os verbos:
considerar, julgar, ver, achar, suspeitar, nomear, declarar, designar, eleger, fazer, julgar, supor, ter por, tornar, tratar, sonhar, imaginar.
As listas não são exaustivas, porque, por vezes, um verbo pode assumir uma significação que permita ou exija um predicativo do complemento direto.
Quanto à frase ''Silvinho acha-se um gênio'' como exemplo de predicativo do objeto, o verbo achar, conjugado de forma reflexiva (=julgar-se) tem a função de transitivo-predicativo, selecionando o predicativo do complemento direto, como o exemplo citado «O poeta julga-se um visionário.»
1Os verbos andar e continuar nem sempre funcionam como ligação entre o sujeito e o predicativo do sujeito, pois tudo depende do valor/sentido que tenham num determinado enunciado. Por isso, só em alguns casos é que podem ser classificados como copulativos, o que acontece quando podem ser substituídos por estar e permanecer. Por exemplo, nas frases «Eu andei muito preocupado» e «Continuamos silenciosos», os dois verbos têm o valor de copulativos.