A concordância apresentada é possível.
De uma forma geral, nas frases copulativas o predicativo do sujeito, seja nome ou adjetivo, concorda com o sujeito:
(1) «A Rita é professora.»
(2) «A Rita é simpática.»
Esta é a chamada concordância gramatical. Não obstante, há situações em que a concordância que ocorre é feita pelo sentido. Este processo designa-se concordância siléptica ou semântica:
(3) «Esta figura é diretor.»
Neste último caso, a concordância é feita com o que se tem em mente, o que significa que o locutor estará a referir-se a alguém pertencente ao género masculino.
Na frase em apreço, poderemos optar por uma concordância gramatical:
(4) «Será que as testemunhas de Jeová são cristãs verdadeiras?».
Ou poderemos preferir uma concordância siléptica, na qual o recurso ao masculino no predicativo do sujeito se pode justificar com o facto de se assumir o masculino como uma forma não marcada que se refere tanto a pessoas do género masculino como do feminino:
(5) «Será que as testemunhas de Jeová são cristãos verdadeiros?».
Por fim, esclareça-se que, na frase apresentada, o constituinte «as testemunhas de Jeová» desempenha a função de sujeito enquanto «cristãos/cristãs verdadeiros/verdadeiras» tem a função de predicativo do sujeito. Trata-se de uma frase copulativa identificadora.
Disponha sempre!