A frase apresentada é um exemplo de frase copulativa do subtipo frase identificacional (ou frase equativa)1, ou seja, trata-se de uma frase cujo verbo é copulativo (neste caso, o verbo ser), o qual é normalmente acompanhado por um sujeito, colocado à sua esquerda, e por um predicativo do sujeito, à sua direita.
Nestas frases verifica-se a particularidade de o predicativo do sujeito ser substituível pelo pronome demonstrativo invariável -o, como se observa em:
(1) «Os rapazes são simpáticos.» (= «Os rapazes são-no.»)
(2) «Os alunos da turma B são os culpados deste incidente, mas também o são os da turma A.»
Nas frases copulativas pode verificar-se uma inversão entre o sujeito, que passa a aparecer à direita, e o predicativo do sujeito, que aparece à esquerda. Esta estrutura designa-se frase copulativa invertida2:
(3) «Ele é o professor.» (frase copulativa canónica)
(3a) «O professor é ele.» (frase copulativa invertida)
A identificação das funções sintáticas desempenhadas pelos constituintes pode fazer-se por meio do recurso à pronominalização pelo demonstrativo invariável -o, como já foi referido, o que permite concluir que nas frases apresentadas em (3) o predicativo do sujeito é o professor, sendo ele o sujeito:
(3b) «Ele é-o.»
O mesmo se aplica à frase apresentada pelo consulente:
(4) «Os responsáveis seremos nós.»
(4a) «Nós sê-lo-emos.»
Disponha sempre!
1. Cf., por exemplo, Mira Mateus et al., Gramática da Língua Portuguesa. pp. 544.
2. Id., id., p. 545-546.