Usa-se o infinitivo flexionado quando a oração em que este surge tem um sujeito distinto do da oração subordinante.
Assim, se analisarmos a frase apresentada pela consulente, identificamos as seguintes orações:
(i) «o IKEA tem dois ou três carvalhos debaixo de olho» – oração subordinante
(ii) «[1que considera [2terem [3potencial para se transformarem numa mesa de cabeceira]]]»:
1 - oração subordinada adjetiva relativa, que tem como sujeito o pronome relativo que, que tem como referente «o IKEA»;
2 - oração subordinada completiva que tem como sujeito implícito «dois ou três carvalhos»;
3 – sintagma nominal que inclui uma oração subordinada que tem como sujeito «dois ou três carvalhos».
Assim, a forma «terem» usa-se na forma flexionada porque o seu sujeito é distinto do sujeito da oração subordinante. A forma «transformarem» é opcional, ou seja, pode surgir com infinitivo flexionado ou com infinitivo não flexionado, visto que o seu sujeito é correferente com o da oração em que se encaixa.
Obs.– Com certas marcas, o uso hesita na atribuição de género, como é o caso de IKEA, que oscila entre o masculino e o feminino, dependendo do substantivo descritivo que se subentende: «o [armazém] IKEA» vs. «a [marca, loja] IKEA». Ambas os usos estão corretos (sobre a pronúncia de IKEA, leiam-se as respostas "A pronúncia de IKEA" e "A pronúncia do acrónimo IKEA".