O verbo [ser] da frase «O vento era brando» é um verbo copulativo (também denominado predicativo, de cópula ou de ligação, porque «seleciona semanticamente um argumento interno [o adjetivo brando] com a relação gramatical de predicativo de sujeito» (Mira Mateus et alii, Gramática da Língua Portuguesa, Lisboa, Caminho, 2003, p. 302).
Trata-se, portanto, de um caso de predicado nominal, em que o verbo copulativo «determina o esquema relacional SU (sujeito) V (cop) PRED (do sujeito)» (idem, p. 303).
Análise da frase «O vento era brando»:
Sujeito: «O vento»
Predicado (nominal): «era brando»
«era»: verbo
«brando»: predicativo do sujeito.
Por sua vez, o verbo [passar, com o sentido de «suportar» e de «transpor»] da frase «Os portugueses passaram muitos perigos» é um verbo transitivo direto que «seleciona um argumento interno com a relação gramatical de complemento/objeto direto» (idem, p. 298) — o grupo nominal «muitos perigos». Como transitivo direto, esse verbo «determina o esquema relacional SU (suj.) V OD (ob./compl. direto)» (idem, p. 298).
Assim, a análise da frase é feita do seguinte modo:
Sujeito: «Os portugueses»
Predicado: «passaram muitos perigos»
«passaram»: verbo
«muitos perigos»: complemento direto.
Cf. Dicionário Gramatical de Verbos Portugueses, da Texto Editora, 2007 (dir. prof. Malaca Casteleiro) e Dicionário Sintático de Verbos Portugueses (Coimbra, Almedina, 1994), de Winfried Busse (coord.).