Tanto foi aqui possível apurar, no Dicionário Houaiss (1.ª edição, de 2001) não se explica exatamente se entre as classificações em questão há diferenças teóricas e metodológicas precisas. O que se lê nos textos introdutórios da nomenclatura do referido dicionário é o seguinte:
«44.12 Em numerosos verbetes, preenche-se o campo da etimologia com uma das abreviaturas "orig.obsc." (origem obscura), "orig.duv." (origem duvidosa), "orig.contrv." (origem controversa) ou "orig.desc." (origem desconhecida), consoante o caso [...].»
Mesmo assim, parece possível interpretar e dispor tais categorias do seguinte modo:
a) «origem obscura» (ex. cotovelo) e «origem desconhecida»: étimo não identificado. É frequente empregar «origem obscura», quando a palavra está documentada desde a Idade Média, transmitida por via latina, geralmente popular, mas com origem provável num étimo não latino ainda por identificar; é o que acontece, p. ex., com muitos casos da toponímia, como Lisboa ou Mondego. A categoria «origem desconhecida» pode ser associada a palavras tanto mais antigas como mais recentes, mas não é certo que «origem obscura» também não possa figurar associada a casos deste tipo.
b) «origem duvidosa» (ex. alpendre), «origem controversa» (ex. carvalho): são categorias que remetem sobretudo para a discussão entre etimólogos, reservando-se a segunda expressão quando existem visões fortemente divergentes quanto a propostas etimológicas.
No que diz respeito ao conhecimento etimológico, tudo depende da quantidade e da qualidade dos documentos que atestem o uso da forma a avaliar. Sempre que escasseiam registos escritos da forma em questão, mais contingente se torna a identificação do étimo.