A diferença entre gramáticos e linguistas na sua relação com a língua é o tema central deste apontamento da professora Carla Marques (colaboração no programa Páginas de Português, na Antena 2).
A diferença entre gramáticos e linguistas na sua relação com a língua é o tema central deste apontamento da professora Carla Marques (colaboração no programa Páginas de Português, na Antena 2).
«Na Alemanha do século XIX falava-se da língua como se de um ser vivo, com alma, se tratasse. Ela captava o espírito (Geist) de um povo, mas tinha como que vida própria. No início do século XX, foi nos Estados Unidos da América que Edward Sapir, e depois o seu discípulo Benjamin L. Whorf, deram finalmente corpo à hoje chamada "hipótese de Sapir-Whorf", que gozou durante muitos anos de enorme popularidade entre antropólogos e linguistas.»
Considerações do escritor e professor universitário Onésimo Teotónio Almeida sobre a relação entre língua e pensamento, com breve referência ao impacto da hipótese Sapir-Whorf em ensaios de alguns intelectuais portugueses, entre os quais se conta Eduardo Lourenço (1923-2020). Transcreve-se com a devida vénia um excerto do capítulo "Reflexões sobre a língua – o que ela não é nem pode ser", do livro A Obsessão da Portugalidade (Lisboa, Quetzal, 2017, pp. 98-104). Título e subtítulo atribuídos pelo Ciberdúvidas.
«Uma obra de uma determinada época retrata ideias, usos, situações, crenças dessa época; constitui um documento histórico. Os dicionários também e por isso alguns podem apresentar conteúdos hoje socialmente inaceitáveis.»
Artigo da linguista e professora universitária portuguesa Margarita Correia sobre a necessidade de rever e atualizar os dicionários. Texto publicado no Diário de Notícias em 22 de maio de 2023 e que se partilha com a devida vénia.
A saltitante palavra media... conforme o que calha a quem a escreve ou a pronúncia em Portugal.
«Por esta razão, justifica-se que se escreva ocupa em lugar de okupa, forma espanhola que tem entrada nos dicionários desta língua com o mesmo significado em português» – assinala a consultora Sara Mourato, neste texto acerca do termo okupa.
«A língua materna consiste na língua (ou nas línguas) que o falante adquire nos primeiros anos de vida. [...] Por oposição, a aquisição de estruturas linguísticas em fases tardias do desenvolvimento do falante que ocorrem depois de este já ter adquirido a(s) sua(s) língua(s) materna(s), significa que esta língua corresponde a um sistema linguístico não materno» – escreve Inês Gama, consultora do Ciberdúvidas, num texto em que explica as principais diferenças entre língua materna e língua não materna.
«O que falam os habitantes galegofalantes numa comunidade de qualquer lugar da Galiza (também no Norte) é, simplesmente por ser “galego”, já português» – sustenta o professor e filólogo José-Martinho Montero Santalha num artigo de opinião a respeito das conclusões a retirar das semelhanças detetáveis entre os dialetos galegos e as variedades do português. Texto publicado em 4 de maio de 2023 no Portal Galego da Língua e aqui transcrito com a devida vénia, com algumas adaptações.
A forma correta do superlativo absoluto sintético do adjetivo simpático constitui a matéria tratada neste apontamento da professora Carla Marques (colaboração no programa Páginas de Português, na Antena 2).
«Minha preocupação aqui, meus amigos, se dá pela arbitrariedade do referido dicionário em incluir uma palavra em sua composição lexical baseada numa campanha e/ou num abaixo-assinado» – argumenta Rafael Rigolon num artigo de opinião em que tece críticas ao registo de pelé como nome comum e suposto (erroneamente) adjetivo no Michaelis – Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa (ver Notícias). Texto transcrito, com a devida vénia, do mural Língua e Tradição (Facebook, 29 de abril de 2023).
«Nos relatos mediáticos do discurso proferido pela escritora Paulina Chiziane na cerimónia de entrega do Prémio Camões 2021, a escritora moçambicana defendeu a necessidade de descolonizar a língua portuguesa, visto haver definições de dicionário que inscrevem conceções preconceituosas coloniais, racistas e sexistas» – refere o consultor Carlos Rocha, que apresenta um conjunto de breves notas sobre a dicionarização de catinga, matriarcado, patriarcado, palhota e mulher.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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