1. O conflito israelo-palestiniano vive uma fase de interrupção dos confrontos bélicos que tem permitido a troca de reféns detidos pelo Hamas por prisioneiros palestinianos detidos em prisões israelitas. Esta pausa facilitou a entrada de ajuda humanitária em Gaza. Mal o acordo foi tornado público, alguma comunicação social anunciou pedidos de «trégua permanente» ou de «trégua duradoura». Estas são expressões que não se ajustam à situação que se pretende descrever, pois encerram termos antitéticos. Com efeito, trégua significa «cessação temporária de hostilidades entre beligerantes» (Priberam), o que contrasta com a noção de permanente, que descreve algo «duradouro, ininterrupto», ou de duradouro, pelas mesmas razões. São, portanto, termos que se excluem: uma situação será ou transitória ou permanente. Para referir de forma mais ajustada aquilo que efetivamente é pedido será preferível recorrer a expressões como «cessar-fogo permanente», «fim nos combates» ou, não sendo possível uma situação definitiva, «prolongamento das tréguas». Acrescente-se ainda que a expressão «tréguas temporárias» também não é ajustada por ser redundante, visto que a palavra trégua já encerra a ideia de algo momentâneo.
2. «Andar à guna» é uma expressão pertencente ao registo familiar ou a um determinado tipo de gíria. É usada sobretudo na região norte, na zona do grande Porto. A consultora Inês Gama descreve o seu significado e a sua origem no apontamento divulgado no programa Páginas de Português, na Antena 2.
3. A construção «dar ghosting» tem registos frequentes entre as gerações mais jovens. A consultora Sara Mourato explica como se formou, abordando a sua origem a partir do inglês, e esclarece os contextos de uso, num apontamento disponível na rubrica O Nosso Idioma.
4. A presença ou ausência do artigo definido junto de um substantivo pode implicar diferenças no sentido veiculado pelos sintagmas nominais, tal como se esclarece numa das respostas incluídas na atualização do Consultório. Nesta secção podem também ser consultadas as seguintes perguntas e respetivas respostas: «A origem de Donim (Guimarães)», «A origem de Fão (Esposende, Braga)», «O significado de ressecar», «Concordância do possessivo: «as vossas esperanças e desejos»», «O nome gaultéria», «O verbo cair com modificador», «A frase "que tenha um bom dia"» e «O adjetivo influencial».
5. O treinador do Benfica Roger Schmidt irritou-se com os jornalistas por estes lhe terem colocado questões em português, não tendo ido a uma conferência de imprensa após um jogo. Este é um episódio que motiva o apontamento disponível no Pelourinho, da autoria de José Mário Costa, cofundador do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.
6. A confusão entre pisteiro e pistoleiro deu azo a um título equívoco num jornal televisivo, o que merece a correção e o esclarecimento de Carlos Rocha, coordenador executivo do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.
7. Paulo J. S. Barata, consultor do Ciberdúvidas, dá conta do uso da expressão «vai na fé», que é usada como a verbalização de um ato de confiança.
8. Uma discussão em torno dos substantivos incluídos na expressão «velho e relho» levam o jornalista e escritor Carlos Coutinho em busca de esclarecimentos relacionados com o significado destes termos.
9. Entre os eventos de relevo para a língua damos destaque aos seguintes:
– Lançamento do Dicionário de Abreviaturas Digitais, coordenado por Raquel Amaro e disponível em linha;
– O Congresso Internacional Em Português – falar, viver, e pensar no século XXI, organizado pela Universidade Católica Portuguesa e ainda em decurso (presencial e online).
*Informamos os nossos leitores e consulentes que na próxima sexta-feira, 1 de dezembro, não haverá abertura do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa por ser dia feriado. A próxima atualização terá lugar em 5 de dezembro, terça-feira.