1. Que lugar ocupa a língua portuguesa nos currículos e nas vivências escolares de Moçambique e Cabo Verde? Em Lusofonias, incluem-se dois trabalhos à volta desta e doutras questões, todas relativas à implantação do português nos dois países africanos:
– O funcionamento do ensino do português em Moçambique é o tema da segunda parte da entrevista da consultora Inês Gama à professora e investigadora Marta Sitoe, da Universidade Eduardo Mondlane.
– O uso do português nas escolas cabo-verdianas e a sua representação entre os estudantes são os pontos debatidos na primeira parte dum estudo da professora universitária Goreti Freire.
Na imagem, Alguma gente da minha terra, de Roberto Chichorro (Malhangalene, Maputo, 1941).
2. O advérbio nunca é um advérbio que indica negação ou tempo? Um apontamento da professora Carla Marques esclarece a dúvida em O Nosso Idioma.
3. Na frase «voltaremos dentro de dois minutos», é possível substituir a locução «dentro de» pela preposição em? A questão faz parte da atualização do Consultório, a qual abrange outras oito perguntas: o que significa solapa na Carta de Pero Vaz de Caminha? «Correio elegante» pode hifenizar-se? Como se analisa uma estrutura frásica introduzida por «como quando»? «Eis que» é uso legítimo? Quando empregar «o/a qual» em vez do pronome relativo que? Que valores semânticos encerrra a locução conjuncional «de modo que»? «Faz-se necessário uma intervenção» ou «faz-se necessária»? E como descrever o funcionamento do verbo parecer na frase «o tempo parece que passa depressa»?
4. Em Controvérsias, divulgam-se as reflexões do jornalista e crítico literário António Guerreiro a respeito do uso de distopia, disforia e disrupção, palavras que partilham o elemento dis-, nestes três casos, um prefixo de origem grega, associado às ideias disfóricas de «perturbação», «enfraquecimento» ou «falta». É um artigo transcrito, com a devida vénia, do jornal Público de 14/06/2024.
5. Sobre a qualidade do idioma falado e escrito em Portugal, é de assinalar o diagnóstico do professor universitário, tradutor e ensaísta João Barrento, na cerimónia de entrega do Prémio Camões 2023, a qual se realizou em 20/06/2024: «A cada dia das mais diversas maneiras, no modo como as pessoas falam, na própria imprensa, [...] a língua portuguesa está a ser bastante maltratada» (mais informação em "Prémio Camões João Barrento considera língua portuguesa 'bastante maltratada'", Sapo 24, 20/06/2024).
6. Outros registos do domínio linguístico:
– A propósito do jogo Portugal-Chéquia, disputado em 19/06/2024, no contexto do Euro 2024, retoma-se a explicação que o professor universitário e tradutor Marco Neves dá para o corónimo República Checa ser agora preterido pela forma simples Chéquia (Certas Palavras, 14/10/2022)*. Do referido autor, outra curiosidade linguística em "O palavrão e o mito do cesta da gávea" (20/06/2024), um apontamento em vídeo do canal A Vida Secreta das Línguas.
*Atualização em 24/06/2024 – O nome próprio Chéquia já foi anteriormente comentado nas páginas do Ciberdúvidas: "A língua portuguesa desperta interessa na República Checa..." (02/06/2016); "Chéquia e o sururu toponímico da atualidade" (14/06/2022). Ler também "Porque é que a República Checa se chama agora Chéquia?" (Time Out, 22/06/2024).
– A realidade linguística do Brasil revela enorme dinamismo e diversidade, como comprova um vídeo do jornalista João da Mata (BBC News Brasil, 30/04/2024) acerca dos sotaques da cidade de São Paulo. Do poeta, diplomata e antigo ministro Luís Castro Mendes, leia-se também "Em louvor do português do Brasil", que aborda o tema dos mal-entendidos entre o Brasil e Portugal quanto à língua comum (Diário de Notícias, 11/06/2024).
– Na coluna que Miguel Esteves Cardoso mantém no jornal Público, palavras, neologismos e frases feitas são mote recorrente. Destacam-se duas crónicas recentes: "Não digo que não" (18/06/2024) e "Xenófilo? ó seu porcalhão!" (19/06/2024).
7. Relativamente aos temas de três dos programas que a rádio pública de Portugal dedica à língua, salientam-se:
– Em Língua de Todos (RDP África, sexta-feira, 21/06/2024, 13h20*), a professora Ana Josefa Cardoso analisa os exames de Português como Língua Não Materna e de Português como Língua Segunda, realizados em Portugal, em 14 e 17 de junho de 2024.
– Em Páginas de Português (Antena 2, domingo, 23/06/2024, 12h30*), o vice-presidente da Associação de Professores de Português (APP), João Pedro Aido, comenta o conteúdo dos exames de Português do 9.º ano e do 12.º ano, realizados em Portugal também a 14 e 17 de junho.
Sobre a prova do 9.º ano de escolaridade, ler a crítica "Carta aberta aos autores da prova de Português do 9.º ano", da professora Ana Sofia Vieira Ribeiro (Público, 18/06/2024).
– Refira-se ainda Palavras Cruzadas, realizado por Dalila Carvalho e transmitido igualmente na Antena 2 (segunda a sexta-feira, às 09h50* e às 18h50*).
* Hora de Portugal continental.