Quando a nossa equipa favorita não ganha a outra equipa nem perde com ela, dizemos (muitas vezes com desapontamento) que as duas empataram. Mas o tom já é de queixa quando, numa fila para pagar as compras do supermercado, nos sentimos empatados, porque, na verdade, perdemos... tempo. Ou quando se fala do «trânsito empatado». Ou, no jogo de xadrez, em «empatar as vazas». Ou, ainda, «empatar o anzol» – ou seja, fixá-lo à linha, com um nó ou um... empate1. Empate é uma derivação do verbo empatar – cuja etimologia o Dicionário Houaiss remete para o italiano impattare: «terminar sem ganhar nem perder», palavra por sua vez derivada de patta, «parelho no jogo». Esta forma provém do latim pacta, plural de pactum, i, «ajuste, acordo»; e pactum liga-se à raiz de pax, pacis, o mesmo que paz. Ou seja, até parece que a paz com o adversário nos incomoda...
O tema dos empates na Copa Brasil 2014 é o que versa, precisamente, a crónica do jornalista Wilton Fonseca, publicada no jornal português "i" de 10/07/2014. Fica disponível na rubrica O Nosso Idioma – numa saborosa reflexão em torno da regência do verbo empatar e de outras expressões com ele relacionadas, algumas delas bem vernáculas.
1 in Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa.
No consultório – que, recordamos, se encontra indisponível até setembro –, deixamos em linha duas respostas que aguardavam divulgação: sobre o galicismo parti pris e o significado (e a pronúncia) do substantivo estorno. Como sempre, mantém-se acessível todo o arquivo de mais de 30 mil respostas do Ciberdúvidas, acrescido dos mais diversificados textos sobre o português escrito e falado nos países e territórios de língua oficial comum (consultar pelo motor de busca).
No programa de rádio Língua de Todos de sexta-feira, 11 de julho (às 13h15* na RDP África; com repetição aos sábados, depois do noticiário das 9h00*), entrevistam-se o deputado português José Ribeiro e Castro, sobre o Manifesto 2014, e António Carlos Sartini, diretor do Museu da Língua Portuguesa de São Paulo, acerca de uma nova exposição interativa em homenagem a Eça de Queirós. O Páginas de Português de domingo, 13 de julho (às 17h00* na Antena 2), tem uma conversa com a linguista Margarita Correia sobre o Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa, a apresentar na cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Díli em 23/07/2014; e dá voz à professora Maria Regina Rocha, da equipa do novo Programa e Metas Curriculares de Português do Ensino Secundário, para um esclarecimento sobre a presença das obras da poetisa Sophia de Mello Breyner Andresen nos programas escolares de Portugal. Esta emissão inclui as rubricas Palavrar, de Ana Sousa Martins, e Ciberdúvidas Responde, conduzida por Sandra Duarte Tavares.
* Hora oficial de Portugal continental, ficando disponiível via Internet, nos endereços dos programas.
Recursos para o apoio do ensino e da aprendizagem do português (língua materna e língua não materna) – é o que têm a oferecer a Ciberescola da Língua Portuguesa e os Cibercursos. Mais informações, incluindo pormenores sobre aulas individuais para estudantes estrangeiros (Portuguese as a Foreign Language), na rubrica Ensino.
Por último, renovamos o apelo SOS Ciberdúvidas – e os devidos agradecimentos pela generosidade de quantos, por esse mundo fora, querem saber sempre mais sobre a língua portuguesa e não dispensam a consulta deste espaço sem fins lucrtativos.