1. Começa neste dia a 78.ª Volta a Portugal, edição que em 2016 tem a curiosidade – e a excelente iniciativa – de contar com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, para, ao longo das 10 etapas da prova, ir dando a conhecer a ciência e as inovações tecnológicas que ligam as instituições de ensino superior às empresas e às regiões onde estão inseridas. Sugerimos passar em revista respostas e artigos a respeito das palavras, termos, origens e até expressões relacionados com o ciclismo, as bicicletas e a própria Volta: Bicicletas desbobráveis ou dobráveis; A origem da palavra pedivela; «Bicicleta reclinada»; Sobre a formação de "ciclistar"; Ciclista, corredor ou betetista?; Ciclista: derivada ou primitiva?; As palavras atletismo, ciclismo, natação, futebol, voleibol e basquetebol; Os vocábulos triatlo e triatleta; Imprensa motociclística; MOTO;«Siclistas» da SIC;«Motard».
Cf. Ir à morte, seguir na roda ou descolar. O dicionário para totós da Volta a Portugal
2. Tudo aponta para uma maior presença do português nas escolas francesas com a notícia da declaração política que, em 25 de julho p.p., assinaram os ministros da Educação de Portugal e França, Tiago Brandão Rodrigues e Najat Vallaud-Belkacem, respetivamente, para reforçar a cooperação bilateral no domínio da língua (consultar nota à comunicação social do gabinete do ministro da Educação português e registo na página pessoal da ministra francesa). Brandão Rodrigues pôde mesmo anunciar que o português passa, a partir do ano letivo de 2016/2017, a integrar os currículos do sistema escolar francês como língua estrangeira. Sobre este assunto, leiam-se também os comentários registados nas aberturas intituladas "A língua entre o interesse por ela (em França) e o seu desleixo... oficial (em Portugal)" e "Parabéns, vírgula, Portugal!".
3. Em O Nosso Idioma, o tema do abuso dos anglicismos é retomado num artigo de Maria Eugénia Alves, que se interroga: «O que nos levará a esta opção linguística, se temos ao nosso alcance a familiaridade da língua materna? Uma forma de exibicionismo cultural? Parecer cosmopolita? Ou provocará o riso, como acontece n’Os Maias?»
4. No Pelourinho, o consultor Filipe Carvalho assinala dois «pecadilhos» com a acentuação gráfica e a vírgula entre o sujeito e o predicado.
5. Na rubrica Acordo Ortográfico, disponibiliza-se mais um manifesto contra a norma ortográfica em vigor – desta vez, dirigida ao Presidente da República Portuguesa, uma carta aberta, da autoria da professora universitária Maria Teresa Ramalho e publicada no jornal Público em 25/07/2016.
6. Na rubrica Controvérsias, dois temas em discussão:
– Na representação dos numerais ordinais, é ou não obrigatório o ponto abreviativo? O consulente João Paes Gameiro escreve-nos para contestar tal obrigatoriedade. A professora Maria Regina Rocha, por seu lado, mostra que, em Portugal, se impôs há muito o ponto nas abreviaturas, e a escrita dos ordinais não é exceção. O nosso consultor D'Silvas Filho reforça este parecer e lembra que o ponto é mesmo de tradição nas abreviaturas quando se escreve em Portugal.
– Referindo-se a metas, perfis e sucesso escolar, Arlinda Mártires apresenta um balanço muito crítico da proliferação de tarefas que, nos últimos anos, tende a assoberbar os professores em geral e os de Português, em particular.
7. Em linha, ficam ainda três novas respostas que esperavam publicação: qual é o género do substantivo telefonema? «Uma pessoa» pode ser «um bom camarada»? E o que é mais correto: «faz-se fogueiras» ou «fazem-se fogueiras»?
8. Sobre os programas de rádio produzidos pelo Ciberdúvidas para a rádio pública em Portugal:
– O que será um dicionário global da língua portuguesa? Este idioma inteiro, com variantes, com palavras teimosas e nomes entranhados noutras línguas do vasto mundo? O Língua de Todos de sexta-feira, 29 de julho (às 13h15*, na RDP África; com repetição no sábado, 30 de julho, depois do noticiário das 9h00*), conversa com José Ribeiro Pereira, coordenador do Dicionário Global da Língua Portuguesa.
– A língua portuguesa vai ganhando novas cores, novas palavras, novos sotaques, em todos os países onde é falada no mundo. Em Moçambique há quem defenda que está já a nascer uma nova variedade, diferente da europeia ou da brasileira. O Páginas de Português de domingo, 31 de julho (Antena 2, às 12h30*, com repetição no sábado seguinte às 15h30*), fala o professor Lourenço do Rosário (reitor da Universidade Politécnica de Maputo), sobre as transformações que a língua de Camões, Craveirinha, Machado de Assis ou Mia Couto está a sofrer em Moçambique.
*Hora de Portugal continental.
9. Esta é a última atualização que deixamos no Ciberdúvidas, que regressará em pleno no dia 5 de setembro, tal como anteriormente já assinalado. Para assuntos fora do âmbito gramatical e linguístico, ficam os contactos indicados neste endereço.
10. Finalmente, permita-se-nos um agradecimento especial ao consulente Mário Rui André e ao seu solidário apelo Agora é a vez de ajudares o Ciberduvidas (Porque a língua é um património valiosíssimo), colocado na blogosfera.