As duas possibilidades, com infinitivo impessoal ou com infinitivo pessoal, estão corretas.
A seleção do infinitivo pessoal ou impessoal nas orações subordinadas está dependente do sujeito das orações da frase.
Assim, usa-se o infinitivo impessoal (ou não flexionado) nos casos em que o sujeito dos dois verbos da frase é o mesmo:
(1) «Os alunos querem entregar o trabalho hoje.»
O infinitivo pessoal (ou flexionado) é usado quando os sujeitos dos verbos da frase são distintos:
(2) «O professor marcou uma data para os alunos apresentarem os trabalhos.» (sujeito de marcou: o professor; sujeito de apresentarem: os alunos)
O uso do infinitivo impessoal é, pois, aconselhável quando as orações têm o mesmo sujeito. Não obstante, como se explicou nesta resposta, está é uma tendência geral que não impede que, por razões que se prendem, por exemplo, com a focalização de um elemento da frase, se possa recorrer ao infinitivo pessoal. Por esta razão, as frases (3) e (4) são ambas possíveis:
(3) «Os professores marcaram uma data para dar a aula.»
(4) «Os professores marcaram uma data para darem a aula.»
Note-se ainda que na frase (5) a opção pelo infinitivo impessoal está correta porque o verbo entrar assume como sujeito semântico o nome rapazes ou o pronome os. Por existir esta correferência, torna-se desnecessário o recurso ao infinitivo pessoal, embora este seja possível, como se vê em (6):
(5) «O João viu os rapazes (-os) entrar em casa.»
(6) «O João viu os rapazes (-os) entrarem em casa.»
A frase apresentada pelo consulente é optativa (ou desiderativa)1, ou seja, exprime um desejo do locutor.
Esta frase é composta por duas orações: «Quem (me / te) dera», oração subordinante, e «viver(es) numa mansão», oração subordinada. Embora a oração subordinada não tenha um sujeito explicitado, o seu sujeito semântico é aquele que é representado pelo pronome pessoal (me / te / lhe). Visto existir correferência entre o pronome da oração subordinante e o sujeito semântico da oração subordinada, aconselha-se o recurso ao infinitivo impessoal (não flexionado):
(7) «Quem me (te / lhe / nos) dera viver numa mansão.»
Não obstante, como se viu acima, é possível, por uma questão estilística realçar o sujeito da oração subordinada, optando pelo infinitivo flexionado:
(8) «Quem te dera viveres numa mansão.»
(9) «Quem nos dera vivermos numa mansão.»
(10) «Quem lhes dera viverem numa mansão.»
Por fim, refira-se que a estrutura «quem dera» admite a inclusão de qualquer pronome pessoal correspondente às diferentes pessoas e números.
Disponha sempre!
1. Sobre estas construções, ver esta resposta.