Do ponto de vista histórico-linguístico, recomendam-se as formas formadas com -cele, um elemento de composição com origem no grego kḗlē, ēs, com o significado de «tumor, hérnia».
Como se observa no Dicionário Houaiss:, -cele constitui um «pospositivo, do grego kêlé, és "tumor, hérnia" [, que] ocorre já em vocábulos originariamente gregos, broncocele (bronkokḗlē), já em cultismos das biociências, em especial da medicina, a partir do séc. XVIII, para designar tumorações ou herniações [...].»
Seguem-se os significados dos termos em questão, de acordo com o dicionário de termos médicos da Porto Editora (Infopedia):
espermatocele: «distensão quística do epidídimo ou da rede testicular»;
hidrocele: «acumulação de líquido (seroso, hemático, purulento) na túnica vaginal do testículo ou no tecido que envolve o cordão espermático»;
onfalocele: «hérnia umbilical»;
varicocele,:«dilatação varicosa das veias do cordão espermático (testículo) que pode ser dolorosa».
É de notar que a mesma fonte regista formas com -celo, aparentemente uma variante de -cele. Contudo, a inclusão de tais variantes parece resultar de uma confusão, pois -celo é, na verdade, variante de um outro elemento de composição também com a forma -cele, mas com origem num outro termo grego, koîlos, ē, on «oco, vazio, côncavo; (subst.) vazio, cavidade do corpo» (Dicionário Houaiss). Este elemento passou à linguagem científica pelas formas latinas -coelum (neutro), -coela (pl. neutro), a denotarem as noções de «câmara, ventrículo, cavidade ou concavidade», em nomes e adjetivos, como acontece com os termos mielocele «canal central da medula espinhal» e opisticelo, «de face posterior côncava (diz-se de vértebra)».