Com base no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa e nas recomendações do nosso consultor F. V. P. da Fonseca, seguem-se os comentários a cada palavra:
1. Creatinina-fosfocinase: «com hífen porque ambos os elementos têm vida independente» (F. V. P. da Fonseca).
2. Minelocorticóide: atestado no Dicionário Houaiss [no artigo referente ao elemento antepositivo min(e)-].
3. Carcino-embrionário: a justificação do hífen «é tratar-se de elementos de natureza adjectiva terminados em o morfologicamente individualizados, embora um deles se não apresente com forma plena» (F. V. P. da Fonseca).
4. "Adrenocorticotrópico": é preferível adrenocorticotrófico; existe corticotrópico como variante não preferível de corticotrófico, como observa o Dicionário Houaiss acerca da etimologia deste termo:
«[do] inglês corticotrop(h)ic (1934) 'id.', donde tb. corticotrópico; a supressão, em inglês, do h no dígrafo ph gera uma confusão nos elementos compositvos trof(o)- e trop(o)-, devendo-se ter em mente, por isso, que o constituinte é trof(o)-»
F. V. P. da Fonseca lembra, aliás, que «a terminação trópico só em termos geográficos é admissível.»
5. Alfa-fetoproteína: é preferível usar o hífen, sendo também possível α-fetoproteína e A-fetoproteína.
«É lógico que, sendo alfa-fetoproteína com hífen, este também se use na forma abreviada» (F. V. P. da Fonseca).
No entanto, o Dicionário Houaiss adverte que há uma certa falta de rigor no uso do hífen com este prefixo:
«[alfa- como prefixo] é a letra inicial do alfabeto grego, como equivalente, numa ordinalidade, a 'primeiro'; quando se faz uso da letra propriamente dita, é ela seguida de hífen; quando, porém, sem rigor terminológico ou por freqüência de uso corrente, se usa da pal. com seu significante escrito por extenso, este se aglutina ao el. verb. seg., inclusive com ocorrências de crase ou sinalefa: alfaaglutinação/alfaglutinação;alfa-hemoglobina/alfa-emoglobina/alfemoglobina; em química 1) indica a posição relativa de um carbono em uma cadeia orgânica com um critério variável com a classe do composto; os carbonos adjacentes são designados pelas letras vizinhas do alfabeto gr.: beta, gama, delta etc.; utilizado na localização de radicais em compostos heterofuncionais; ex.: ácido B-cloropropiônico; 2) discrimina compostos isoméricos cujas propriedades diferem pelo arranjo estrutural; ex. A-glicose e B-glicose; 3) informa características estruturais; ex.: B-propiolactona derivada do ácido B-hidroxipropiônico.»
Seja como for, é preferível usar sempre o hífen quer o prefixo esteja abreviado quer surja por extenso.
6. «Enolase específica do neurónio»: esta expressão está correcta, mas é também possível criar o composto neuroenolase, «enolase do neurónio», seguindo o modelo de neuroendócrino e neuroepitélio, todos sem hífen. "Neuroespecífico" parece decalcado de uma estrutura inglesa, na qual adjectivos como specific podem ser determinados por um substantivo ou por um elemento de composição: neurospecific.
7. Hidrato de carbono: «é o que se emprega em Portugal, mas no Novo Dicionário Aurélio vê-se que no Brasil se adopta carboidrato» (F. V. P. da Fonseca; ver também carboidrato no Dicionário Houaiss)
Note-se, por último, que nos casos 1-4 se aplicam os procedimentos gerais da formação dos compostos eruditos, os quais podem (infelizmente) ver-se afectados por numerosas excepções.