Em português, inglês, francês ou espanhol, a fonte das palavras usadas em medicina é sobretudo a mesma, isto é, os termos formam-se a partir de elementos de composição que têm origem no grego. Em português, tais compostos seguem as regras gerais: 1. Há compostos sem hífen, isto é, os que na terminologia tradicional se chamavam compostos por aglutinação e que na nova terminologia são parte dos compostos morfológicos. Por exemplo, flebografia (francês “phlébographie” e inglês “phlebography”; cf. L. Mauila et alii, Dicionário Médico, Lisboa, Climepsi Editores, 2004)é constituído por fleb(o) («veia, artéria»), graf- («escrita, escrito, convenção, documento, descrição») e -ia (formador de substantivos abstra(c)tos). É a esta a regra que já em 1947 Rebelo Gonçalves enunciava no seu Tratado de Ortografia Portuguesa (págs. 250/251). 2. Há termos formados por prefixação, que podem ou não apresentar hífen. Trata-se de todos aqueles em que intervêm prefixos de origem grega ou altina. Por exemplo, o prefixo de origem grega anti- é «seguido de hífen quando o elemento imediato tem vida à parte e começa por h, i, r ou s» (Rebelo Gonçalves, Vocabulário da Língua Portuguesa, 1966). É assim que temos antifermento, anticínase, antituberculina, antivitamina, anticorpo, antienzima e antitoxina, a par de anti-hormônio, anti-soro e anti-sérum (cf. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa). 3. Noutros casos, usa-se um nome vernáculo português. Por exemplo, a tosse convulsa corresponde o francês “coqueluche” e o inglês “whopping cough” ou “pertussis” (Manuila et alii, op. cit.).