1. Entra-se em Portugal, acompanhando outros países, em fase de «vacinação massiva», com a distribuição de mais de 100 mil doses diárias. Este avanço no panorama da covid-19 abre uma nova questão: poderão os vacinados deixar de usar máscara («máscaras vs. vacinados»)? Afirma-se, nos meios políticos, que não é ainda o tempo de abandonar a máscara porque não existe «robustez científica» nos dados relativos aos estudos relacionados com as consequências da ausência de uso de máscaras em população vacinada. Enquanto isso, os britânicos preparam-se para regressar ao Algarve em busca de sol, descanso e boa comida, enchendo os «voos de verão» e lançando a recuperação do setor do turismo. O aparecimento da «vacina francesa» surge também como uma nova luz ao fundo do túnel no avanço da ciência contra o vírus SARS-CoV-2. Será, entretanto, tempo de começar a avaliar as sequelas de todo o isolamento a que a população foi sujeita, nomeadamente das crianças que ficaram «fechadas em casa». Os termos destacados constituem as seis novas entradas na rubrica A covid-19 na língua.
2. A pronúncia e grafia corretas do substantivo ambrósia integram o conjunto de respostas divulgadas na atualização do Consultório. Aqui surgem também respostas relacionadas com aspetos como a formação do plural de inverosímil, a identificação de uma enumeração, a classificação das funções sintáticas em «Eu transformei o príncipe num sapo», a classificação da modalidade na frase «Efetivamente, "George" é um conto muito bonito!», o significado da palavra dormidista e ainda o uso de terceiros como substantivo.
3. O ensino do português enquanto língua pluricêntrica encontra-se na ordem do dia e a ele associam-se relatos de situações escolares que discriminam variantes linguísticas do português. É este o tema da crónica da linguista Edleise Mendes (incluída no programa Páginas de Português, da Antena 2, de 16 de maio).
4. Deixamos aqui o destaque para alguns factos de atualidade e a sua relação com aspetos linguísticos diversificados:
— A visita do Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, à Guiné-Bissau e a Cabo Verde justifica a chamada de atenção para alguns temas linguísticos relacionados com os dois países, disponíveis no arquivo do Ciberdúvidas. Por exemplo «As línguas crioulas de Cabo Verde e Guiné»; «Os gentílicos da Guiné, da Guiné-Bissau e da Guiné Equatorial»; «A língua e os nomes na Guiné-Bissau»; «Os nomes pátrios da Guiné Equatorial e da Guiné-Bissau»; «Cabo-verdiano»; «A insistência cabo-verdiana no erróneo “caboverdeano”».
— A celebração do Dia Internacional dos Museus, em 18 de maio, uma data que este ano faz ainda mais sentido se atendermos ao afastamento que a covid trouxe à relação entre visitantes e museus. As iniciativas promovidas em Portugal para a comemoração da data encontram-se divulgadas no sítio do Património Cultural. Dá-se neste espaço relevo ao Museu Virtual da Lusofonia, que pode ser "visitado" aqui. A ele associam-se outros museus que poderão ser vistados virtualmente (ver aqui e aqui). Destaque ainda para o maior museu de instagram e tik tok da Europa (aberto ao público em Bruxelas desde o verão de 2020) e para a criação de uma aplicação para explorar museus (APP Google).
No Ciberdúvidas estão disponíveis diversos textos relacionados com a palavra museu, que vale a pena recordar: «Da palavra museu à gramática de «não dá»»; ««Museu de Marinha» vs. «Museu da Marinha»»; «O diminutivo de museu»; ««Museu Reina Sofia»... porquê?»; «O surpreendente Museu da Língua Portuguesa»; «O Museu Virtual da Lusofonia e o português no mundo global».
— Sobre o reacendimento do conflito israelo-palestiniano, recordamos o uso dos adjetivos palestino = palestiniano = palestiniense e de Israelianos, israelenses e israelitas; a etimologia de filisteu e palestino e, ainda, o recorrente erro de se qualificar uma tragédia, como esta, de humanitária.
Cf. Conflicto palestino-israelí, claves de redacción
— E, quanto à realização, neste dia, em Roterdão, da 65.ª edição do Festival Eurovisão da Canção (Eurovisão, abreviadamente), importa lembrar a sua grafia correta: com maiúsculas iniciais, enquanto o título das canções se grafa entre aspas ou em itálico. É a mesma regra seguida no castelhano, como consta desta recomendação da Fundéu/RAE (Fundação para o Espanhol Urgente).
Cf. "À séria" e "'muita' bom"... para inglês ouvir
5. Um registo final para a atribuição do Doutoramento Honoris Causa a Jorge Silva de Melo, ator, encenador e cineasta, e a Luís Miguel Cintra, também ator e encenador, pela Universidade de Lisboa, em 18 de maio de 2021. Disponível aqui.