1. A palavra eutanásia regressa, uma vez mais, à atualidade, desta feita pelo facto de o Tribunal Constitucional português ter voltado a declarar o decreto da Assembleia da República inconstitucional. No Ciberdúvidas, a origem e significado do lexema (derivado do grego euthanasía, -as, «boa morte») e daquelas que integram a sua família de palavras (como distanásia ou ortotanásia) foram já abordados em diversas ocasiões («Eutanásia», «Eutanásico», «O direito à eutanásia» ou «A eutanásia em discussão»). É também a altura de recordar que a dinâmica própria da língua faz evoluir o léxico, sobretudo quando ele é atualizado pelos falantes e quando a realidade convoca novas palavras. A prová-lo está o facto de os dicionários já acolherem o verbo eutanasiar, o que ainda não se verificava em 2004, tal como afirmávamos nesta resposta.
2. O verbo recorrer e a natureza sintática dos seus complementos dão matéria à resposta que se centra na análise da frase «A Mónica recorre aos pais». Na atualização do Consultório, pode também acompanhar-se a justificação para a grafia de tem-lo (relativa à pronominalização de «tens o livro», por exemplo). Para além destas, ficam também disponíveis para leitura outras cinco novas respostas: «O termo cotociente», «A grafia e a pronúncia de bisavô», «O valor modal de basta», «Safra-nafra e escargo» e «A locução "para que" na tradução da Eneida».
3. A palavra dele pertence à classe dos pronomes possessivos? Esta é a dúvida que abre caminho ao apontamento de Inês Gama, colaboradora do Ciberdúvidas, na qual se analisa a natureza da contração da preposição de com o pronome pessoal ele, em contexto de valor possessivo.
4. Com a devida vénia, partilhamos, nas rubricas O Nosso Idioma, Lusofonias e Diversidades, vários textos relacionados com a língua portuguesa:
– Frederico Lourenço, escritor, tradutor e professor universitário, aborda a questão da linguagem inclusiva à luz de determinadas opções presentes em textos bíblicos;
– A diferença, na lei, entre injúrias e boçalidade é o tema do artigo do advogado português Francisco Teixeira da Mota, publicado no jornal Público do dia 28 de janeiro de 2023;
– O escritor e jornalista angolano João Melo apresenta um artigo de análise crítica à falta de unidade existente entre os vários países que têm a língua portuguesa como elo comum;
– As diferentes linguagens (verbal, visual, sonora ou sensorial) que usamos e aprendemos a usar dão-nos uma leitura particular do mundo em que vivemos e ilustram as diferenças entre vários povos, uma realidade que é também importante para compreender o português e a sua riqueza, tal como recorda a professora universitária brasileira Edleise Mendes, no seu apontamento divulgado no programa Páginas de Português, da Antena 2.