«Algumas das palavras do Novo Testamento até já ocorrem em Linear B, na escrita dos tempos da Guerra de Tróia.»
Apontamento do classicista e professor universitário Frederico Lourenço no Facebook em 18 de setembro de 2024.
Frederico Lourenço (Lisboa, 1963) doutorado pela Universidade de Lisboa, é especialista em Estudos Clássicos, além de ensaísta, tradutor e escritor. Traduziu a Ilíada e a Odisseia (Prémio D. Diniz da Fundação Casa de Mateus e Grande Prémio de Tradução APT/PEN), bem como a poesia da Grécia antiga, que selecionou para um volume intitulado Poesia Grega de Álcman a Teócrito. Entre o seus livros de ensaios, contam-se Grécia Revisitada (2009), Estética da Dança Clássica (2014) e Livro Aberto: Leituras da Bíblia (2015). No domínio do relato de ficção ou autobiográfico, é autor de Pode Um Desejo Imenso, Amar não Acaba, À Beira das Estrelas e A Formosa Pintura do Mundo.
«Algumas das palavras do Novo Testamento até já ocorrem em Linear B, na escrita dos tempos da Guerra de Tróia.»
Apontamento do classicista e professor universitário Frederico Lourenço no Facebook em 18 de setembro de 2024.
Assinalando o 500.º aniversário do nascimento de Luís Vaz de Camões, que se supõe ter ocorrido em 1524, o classicista, tradutor, ensaísta e escritor Frederico Lourenço brinda o público leitor em língua portuguesa com esta antologia, que abarca «as passagens mais brilhantes de Os Lusíadas e das Rimas».
Se Os Lusíadas, publicados em 1572, são um título com certeza bem conhecido, esclareça-se que as Rimas, uma compilação dos sonetos, canções, éclogas e outras composições líricas, tiveram edição póstuma, em 1595, a que se seguiu outra edição, em 1598 (p. 486). Este legado literário permite a Frederico Lourenço recolher sequências da epopeia e juntar uma seleção de poemas líricos, todos eles textos imbuídos da tradição clássica. O critério, como se lê no Prefácio (pp. 11-12) foi o da preferência pessoal.
Mas o interesse da antologia não fica pelos textos camonianos, porque Frederico Lourenço retoma a tradição de os anotar, na esteira de Manuel Faria e Sousa (1590-1649), um dos primeiros biógrafos do Poeta, de modo a «chamar a atenção para a matriz latina da poesia de Camões». O volume tem, portanto, uma organização bipartida: uma primeira secção constituída por um corpus, por sua vez dividido entre poesia épica e poesia lírica; e depois, a segunda parte, recheada de anotações aos poemas coligidos (pp. 319-611) e completada por uma lista de «abreviaturas bibliográfica e outras». Finaliza a antologia um anexo intitulado "O retrato de Camões" (pp. 625-630), registo ficcional da experiência de um narrador que, transferindo-se para o passado, se vê no corpo do pintor do quadro de Camões que o 2.º Conde de Linhares terá mandado fazer (ver
«Camões [...] partilha com Vergílio uma sensibilidade especial. E o seu poema dedicado a Bárbara segue a defesa vergiliana da beleza negra.
Ora, esta declaração de amor por uma mulher negra mexeu com as ideias feitas e com os preconceitos dos estudiosos de Camões.»
Artigo que faz parte de uma série que o professor universitário, classicista e escritor Frederico Lourenço dedica aos 500 anos do nascimento de Camões, no mural no Facebook. O presente texto, publicado em 21 de abril de 2024, diz respeito a um poema camoniano que contraria o estereótipo literário da beleza feminina branca e loira.
«Para a celebração [dos 500 anos de Luís de Camões] não interessa tanto o rigor (impossível de estabelecer) da data real do seu nascimento, mas sim a oportunidade que esta comemoração oferece aos povos lusófonos de relerem o maior autor da sua língua. Porque, na realidade, a melhor homenagem que podemos [fazer-lhe] é relermos a sua obra.»
Primeiro apontamento que o professor universitário e classicista Frederico Lourenço (Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra) dedicou em 24 de março de 2024, no seu mural de Facebook, ao 5.º centenário do nascimento de Luís Vaz de Camões, provavelmente nascido em 1524. Texto aqui transcrito com a devida vénia.
«Todos conhecemos o famoso verso do Canto VII d' Os Lusíadas: «numa mão sempre a espada e noutra a pena», com que Camões se descreve a si próprio. A maior parte da pessoas pensa: ah, pois! O grande herói da Índia, dos Descobrimentos, do Império! A espada e a pena, as armas e as letras! Só que não é nada disso. A espada de que fala Camões é outra espada.»
Apontamento do professor universitário, classicista, tradutor e escritor Frederico Lourenço a propósito da passagem de mais um 10 de Junho e dos tabus que rodeiam a interpretação da obra épica de Luís de Camões.
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