1. A eutanásia está, de novo, em discussão em Portugal. A Assembleia da República debate, pela terceira vez, a lei da eutanásia, que foi já objeto de dois vetos presidenciais. No plano linguístico, o termo formou-se a partir do grego eu- + thanatos, que se poderá traduzir como «boa morte» ou «morte sem dor». A par desta palavra, encontramos outras da mesma família que referem diferentes conceitos relacionados com o fim de vida: distanásia, que descreve o prolongamento da vida de um doente em fase terminal e do seu sofrimento através de processos artificiais (trata-se de uma opção eticamente reprovável por se tratar de uma morte lenta com dor); ortotanásia, que refere o ato de suspender os tratamentos que prolongam a vida de um doente de forma artificial e sem melhoria do seu estado de saúde. Este é também um momento pertinente para revisitar alguns textos disponibilizados no Ciberdúvidas que se relacionam com o tema: "Eutanásia", "Eutanásico" e "O direito à eutanásia".
2. A expressão «envelhecimento mais rápido», relativa aos resultados de um estudo sobre os sinais de envelhecimento patentes nos jovens no período pós-pandemia, é a nova entrada em A covid-19 na língua.
3. A origem da palavra periclitante leva-nos até ao latim e ao verbo periclitare, como se explica na primeira das seis novas respostas da atualização do Consultório. A ela juntam-se «Município e concelho (Portugal)», «Mandar com oração subordinada infinitiva», «Coesão referencial e coesão frásica», «Os nomes prédio e edifício» e «A expressão latina odium figulinum».
4. A identificação da classe de pertença da palavra olhar na frase «O olhar é fundamental» e o processo de formação de palavras por conversão dão matéria à rubrica Dúvida da semana, apresentada pela professora Carla Marques no programa Páginas de Português da Antena 2.
5. Na Montra de Livros, apresentamos duas novas publicações:
– Porque se chama assim?, da jornalista Vanessa Fidalgo (ed. Oficina do Livro), que se dedica ao estudo de topónimos portugueses "estranhos", como Mil Almas ou Degolados;
– Brevíssimo dicionário dos snobs, da escritora Rita Ferro (ed. D. Quixote), no qual, de forma bem-humorada, se faz o levantamento de algum léxico usado pela alta sociedade portuguesa.
6. Com a devida vénia, partilhamos os seguintes artigos:
– A professora universitária e linguista Margarita Correia redige um artigo de apresentação do Encontro Nacional "Universidade: chave para o futuro", que assinala os 50 anos da criação do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, a reforma da universidade em Portugal, promovida por Veiga Simão, e o papel da universidade;
– Miguel Faria de Bastos, advogado e estudioso de interlinguística, apresenta as linhas gerais da tese de doutoramento da investigadora belga Heidi Goes, dedicada ao estudo da língua quiconga, falada em várias regiões de África, como por exemplo em três províncias de Angola;
– A malagueta e outros produtos naturais mais ou menos picantes são apresentados no artigo do vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Naturologia, Miguel Boieiro.
7. A RTP, no âmbito do projeto #EstudoEmCasa, disponibiliza cursos de livre acesso, que permitem aos alunos dos diferentes ciclos de ensino não universitário estudar autonomamente diversas matérias.