O exemplo apresentado é uma frase interrogativa direta parcial (ou de instanciação), ou seja, a interrogação recai sobre um dos elementos da frase. Nestes casos, em que apenas um constituinte é interrogado, desloca-se esse mesmo constituinte para o começo da frase, sem necessidade de vírgula a separá-lo.
Numa frase declarativa, a deslocação do constituinte para o começo da frase é compatível com a vírgula, sobretudo se se tratar de uma expressão adverbial formada por duas ou mais palavras: «Joana foi às compras no domingo de manhã» > «No domingo de manhã, Joana foi às compras». Contudo, numa frase interrogativa, não ocorre vírgula depois do constituinte que foi extraído da sua posição à direita do verbo: «Joana foi às compras em que dia da semana?» > «Em que dia Joana foi às compras?» (em Portugal, neste casos, será mais corrente a inversão de sujeito: «em que dia foi a Joana às compras?»). É também possível na oralidade pospor a locução «é que» ao constituinte interrogado, sem qualquer vírgula : «Em que dia é que Joana foi às compras?».