Para se compreender o emprego das vírgulas, é conveniente separar as orações, pois que numa frase as vírgulas servem, essencialmente, para separar os elementos dessa frase, que são as orações; e numa oração servem, essencialmente, para separar os elementos dessa oração. Mas é necessário sabermos quais os elementos que se separam e os que não se separam. Vamos, então, separar as orações desta frase:
- De longe, a neve, nos países (…), parece, em sua inocente brancura, uma capa de beatitude deitada sobre a paisagem – principal.
- em que neva – subordinada à anterior, adjectiva relativa.
A colocação dos complementos circunstanciais é, geralmente, depois do verbo da oração a que pertence. Mas, quando vem antes, costuma-se separar com uma vírgula. Por isso puseram uma vírgula a seguir a de longe.
O elemento a neve liga-se a parece. Mas como estão outras palavras a interromper a ligação, essas outras palavras ficam entre vírgulas: nos países em que neva.
O elemento parece liga-se a uma capa de beatitude (…). Por isso, essas palavras, que interrompem a ligação, põem-se entre vírgulas.
Vamos agora à frase seguinte. O advérbio sim tem, para o caso, valor duma oração. É como se disséssemos, por exemplo: «Concordo contigo, porque no fundo (…).»
Como as vírgulas servem também para separar orações, aparece uma vírgula entre sim e a oração que segue.
Isto do emprego da vírgula é, por vezes, complicado. Por isso, se alguma dúvida permanecer, estou ao dispor da prezada consulente.