O Dicionário Houaiss regista querer como nome contável: «substantivo masculino (século XIII) [...] 22 ato ou efeito de querer; desejo; Ex.: para o egoísta, acima de tudo está o seu querer. 23 firme intento; vontade; Ex.: era pessoa de muitos quereres, difícil de contentar»
Em dicionários elaborados em Portugal, também se consigna o uso correto de querer como substantivo, por exemplo, no dicionário da Academia das Ciências de Lisboa e na Infopédia. Acresce que o plural é possível no uso de querer, quando se considera a sinonímia com capricho, nome contável: assim como se diz e escreve «cheia de caprichos», também se afigura correta a expressão «cheia de quereres».
Finalmente, refira-se que o uso nominal de querer corresponde a um caso de conversão (também chamada «derivação imprópria»), «que procede à integração de uma dada unidade lexical numa nova classe de palavras» (Dicionário Terminológico), como acontece com o verbo olhar donde deriva o nome olhar (ex.: «um olhar sedutor»; ibidem).